A história registra a Piolin como a primeira escola de circo fundada no Brasil, em São Paulo, no fim dos anos 1970. Porém, as aulas de lá tiveram um período curto de vida. Para ocupar o espaço deixado com o fechamento da instituição, foi aberta a Circo Escola Picadeiro, em 1984, também em São Paulo. Dois anos antes, a Escola Nacional de Circo da Funarte havia sido inaugurada, na Praça da Bandeira (provisoriamente a escola foi transferida para a Estação Leopodina por causa da construção de uma linha do metrô), no Rio de Janeiro. Atualmente, é a mais antiga em funcionamento. Em Salvador, a Escola Picolino de Artes do Circo começou em 1985, com caráter de circo social, mas evoluiu para escola profissionalizante.
No país, ainda não existe o curso superior de circo. A Escola Nacional de Circo da Funarte tem mais condições de se transformar em escola de ensino superior. Isso se conseguir primeiro virar uma escola técnica de nível médio no Ministério da Educação (MEC). ;A partir daí, vai se discutir com a classe, com o movimento do circo, se é de interesse de todos que a escola seja de ensino superior. Mas essa discussão vai levar muitas águas ainda;, explica Zezo Oliveira, diretor da escola.
[SAIBAMAIS]Um dos pontos que preocupam a classe, no caso da existência de uma escola superior, é a permanência de circenses tradicionais, como professores, dentro das instituições. ;É importante não perder de vista que os mestres vêm do projeto tradicional, da formação de vida. Precisam então ser reconhecidos como professores. É um conhecimento que por mais que a universidade se organize, não substitui;, acredita Oliveira.
Presidente da Associação Brasileira de Escolas de Circo (Aecirco), Rogério Chagas Sette Câmara alerta para o cuidado com o rascunho do projeto de ensino e dos instrumentos pedagógicos. ;O projeto tem de ser minucioso. A primeira escola vai formatar todas as outras. Uma das dificuldades é que não temos bibliografia em português, por exemplo. Então, a adoção de livros didáticos é bem mais difícil;, explica Sette.
Lonas rígidas
Durante os anos de governo Lênin, os circos da União Soviética foram nacionalizados pelo estadista. A intenção era fomentar e incentivar a sobrevivência da ;verdadeira arte do povo;, dada a enorme popularidade do circo entre os russos. Em 1927, foi criada a Escola de Circo de Moscou, já como curso universitário.
Os chineses são conhecidos por serem exímios acrobatas e contorcionistas. A tradição de circo no país é milenar. Somente com a instituição do governo comunista e a criação da República Popular da China, em 1949, o circo passou a ser respeitado e difundido em escolas espalhadas pelo território chinês. Porém, a rigidez dos treinamentos, que por lá se iniciam com crianças muito pequenas, são consideradas cruéis e alvos de crítica internacional. Na divergência, muitos enxergam na profissão a oportunidade de ascensão social dentro do regime fechado.(YG)
Onde aprender
MALABARISMOS E PERNA DE PAU
Oficina itinerante para jovens de 12 a 17 anos, com os Irmãos Saúde (Ruiberdan e Ankomárcio):
Terça e quinta, às 15h, no Centro de Orientação Sócio Educativa (Cose) da Divinéia (3; Avenida, Bl. 1915; 3386-6467); Quarta e sexta, às 15h, no Centro de Orientação Sócio Educativa (Cose) do Riacho Fundo 1 (QS 12, Área Especial) . Informações: irmaossaude@hotmail.com.
Aulas gratuitas.
ACROBACIAS AÉREAS
Com Erika Mesquita, Atawallpa Coelo e Nara Faria, na Academia Scala (Casa do Ceará, 910 Norte, Cj. F; 3533-3800). Todos os dias, das 9h30 às 11h30 e das 20h às 22h. Turma para crianças entre 7 e 12 anos: terças e quintas, das 16h30 às 17h30. Informações: 3274-8980 e 3340-4435. Duas vezes na semana, R$ 100; três vezes, R$ 120 e cinco vezes, R$ 160.
Com Ana Sofia Lamas e Talyta Torres, no Centro Educacional Setor Leste (611/612 Sul, módulo 78 a 82). Segundas, quartas e sextas, às 10h e às 18h30. Informações: 9267-9281 . Uma vez por semana, R$ 100;dDuas vezes, R$ 110 e três vezes, R$ 120.
Com Dani Oliveira e Daniel Lacourt, no Centro Educacional Setor Leste (611/612 Sul, módulo 78 a 82). Terça e quinta-feira, das 18h30 às 20h30. Valor: R$ 110 por mês. Informações: 8575-7741.
PALHAÇARIA
Oficina de palhaço, a partir da segunda quinzena de maio, na Cooperativa Brasiliense de Teatro e Circo (715 Norte, Bl. G, Lj. 49; 3274-1851), com Antônia Vilarinho (a palhaça Fronha). Valor: R$ 100.
CIRCO E MÚSICA
Udigrudi na 711 Sul (Bl. L, Casa 1370.361; 3245-6872). O grupo ministra cursos esporadicamente. Existem categorias para crianças, atores, educadores e músicos/luthiers. Informações: www.circoudigrudi.com.br.