Se você gosta de Lost e ainda não viu o primeiro episódio da sexta e última temporada da série, saiba que este texto adianta alguns detalhes do capítulo em questão. Na linguagem da internet: esta matéria contém spoilers (adiantamento de informação de parte da obra). LA X (abreviação do nome do aeroporto de Los Angeles) foi exibido há uma semana nos Estados Unidos (pela ABC) e chega hoje ao Brasil, às 21h, pelo canal pago AXN - é o menor tempo entre a estreia lá fora e a exibição oficial de um episódio de Lost por aqui. Quem não tem tevê por assinatura terá de esperar até a Rede Globo anunciar quando colocará no ar a temporada final (a quinta foi exibida durante o mês de janeiro) - ou, como muitos fãs de Lost fazem, baixar o episódio pela internet em algum dos diversos blogs dedicados à série.
LA X é precedido por episódio retrospectivo de uma hora de duração. De grande utilidade tanto para quem já acompanha as desventuras dos personagens quanto para quem resolveu pegar o bonde andando, a retrospectiva chama a atenção para um dos trabalhos técnicos mais bem revolvidos em Lost: a edição. São apresentados os principais personagens e acontecimentos da série até o momento do último episódio da quinta temporada - no qual Jack, Kate, Sayid, Hugo, Sawyer, Juliet, Jin e Miles, em 1977, tentam detonar uma bomba de hidrogênio para que, segundo Jack, eles consigam mudar o futuro. A explosão faria com que o voo Oceanic 815 nunca caísse na ilha. Enquanto isso, no presente, Ben Linus e John Lock (ou melhor, seu corpo possuído por um outro personagem) armam a morte de Jacob, o inacessível e misterioso líder dos Outros.
Paradoxo temporal
No decorrer de LA X, o espectador será apresentado a mais um paradoxo temporal. Depois da explosão da bomba, os personagens, de fato, viajam no tempo, mas continuam na ilha. A série abre então um novo caminho, em paralelo. Nesta ramificação, o avião nunca caiu na ilha. Personagens que morreram voltam a aparecer, mas em um novo contexto. Ou melhor, em seu contexto original, antes da queda.
Criadores de Lost, Damon Lindelof e Carlton Cuse têm dito em entrevistas que a sexta temporada vai concatenar todos os acontecimentos para explicar os mistérios e fios soltos deixados ao longo da série. E não são poucos: qual o significado dos números (4, 8, 15, 16, 23 e 42) que aparecem em vários episódios? Por que alguns personagens parecem não envelhecer? Afinal de contas, quem é Jacob? E seu adversário, o "homem de preto"? Por que Locke tem uma relação tão forte com a ilha? E Charles Widmore? E o pai de Jack? O que significam as referências egípcias espalhadas pela ilha?
Além de resolver as interrogações, Lost tem mais um desafio: recuperar a audiência. Segundo o site Hollywood Reporter, Lost conseguiu nos Estados Unidos uma audiência de 9,9 milhões de pessoas durante a exibição do episódio retrospectivo e 12 milhões durante LA X. Na mesma noite, só ficou atrás de American idol, que obteve uma audiência de 24 milhões de espectadores. Há quem reclame que foi justamente a quantidade de mistérios sem solução que afastou parte do público inicial de Lost. Outros dizem que depois da greve dos roteiristas, em 2008, a série perdeu parte do encanto e algumas atuações ficaram monótonas - sem contar os cenários, cada vez mais próximos das séries B do Sci-fi Channel.
Se Lost vai terminar em alta - criativamente falando e também no balanço da audiência - os fãs (pelo menos aqueles nos Estados Unidos) só saberão em 23 de maio, data do episódio final do seriado.
LOST
Exibição do episódio LA X. Hoje, às 21h, no canal pago AXN.