Em 2009, Dorival Caymmi foi celebrado no Clube do Choro por alguns dos mais importantes músicos brasileiros - do bandolinista e guitarrista Armandinho Macedo ao multi-instrumentista Hermeto Pascoal, no projeto que teve o patriarca da música baiana como patrono. Hoje, às 21h, a série chega ao fim e quem o homenageia é o filho caçula, Danilo Caymmi, que vai dividir o palco com o contrabaixista Jorge Helder. Os dois terão a companhia de João Bani (percussão), Moisés Alves (trompete), Henrique Neto (violão sete cordas) e Flávio Mendes (violão de seis cordas). A entrada é franca.
O cantor, compositor e flautista carioca vai aproveitar o show para lançar em Brasília o CD e o DVD Danilo e amigos, que saiu pelo selo Rob Digital, no qual contou com a participação de convidados como Dori Caymmi, Roberto Menescal, Zé Renato, Cláudio Nucci, Fafá de Belém e a filha Alice Caymmi, que, em início de carreira, começa a ser destacar como cantora e compositora.
Inicialmente, Danilo foi descoberto pelo público como compositor, ao classificar-se em terceiro lugar no Festival Internacional da Canção de 1968 com Andança - aquele vencido por Tom Jobim e Chico Buarque, com Sabiá, e que teve Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, em segundo lugar. Na música, defendida por Beth Carvalho, ele contou com as parcerias de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós. Depois viria a integrar a Banda Nova, que acompanhou Tom Jobim durante vários anos, e, finalmente, no começo da década de 1990, partiu para carreira solo.
Influências
"A música entrou na minha vida de forma natural. Foi algo genético, pois era filho de pai cantor e compositor, de mãe cantora e de irmãos mais velhos já totalmente envolvidos com o ofício. Costumava ouvir papai tocando violão, tanto para manutenção, como no ato de criação de melodias. Pelo menos, dois clássicos da obra dele vi serem criados: Maracangalha e Oração para Mãe Menininha"
Parceiros
"Com Seu Dorival, fiz Vamos falar de Tereza, para a minissérie Tereza Batista; Caminhos do mar, para a novela Porto dos milagres, que teve participação de Dudu Falcão. Até pouco tempo, estava inédita Toada à toa, que entrou no repertório do DVD Danilo e amigos.
O início
"Eu tinha 11 anos quando ganhei a primeira flautinha do meu pai. Depois, vieram outras até chegar a transversa, que comecei a tocar profissionalmente ainda na adolescência, integrando a banda de Edu Lobo. Com ele e Gianfrancesco Guarnieri, viajei pelos Estados Unidos, fazendo um espetáculo de música e poesia intitulado Me dá um mote."
Os festivais
"O primeiro festival do qual tomei parte foi o universitário, realizado em Porto Alegre, em 1967. Compus, juntamente com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, Canto para dizer adeus e fomos vencedores. Depois vieram Andança, também com Edmundo e Paulinho, no Festival Internacional da Canção, em 1968; e Casaco marrom, com Guarabira e Renato Correia, no Festival de Juiz de Fora, no mesmo ano."
Banda Nova
"No começo da década de 1980, entrei como flautista e vocalista para a Banda Nova, que durante 20 anos acompanhou Tom Jobim. Gravamos muitos discos com ele e incontáveis shows. O último foi em 1993, em Jerusalém. Tom era um grande mestre, que exigia disciplina profissional e exaustivos ensaios. Tenho muito orgulho de ter sido convidado por ele para fazer solo vocal em duas de suas composições antológicas, A felicidade e Samba do avião."
Carreira solo
"Comecei a carreira solo em 1990, quando Mariozinho Rocha me convidou para gravar O bem e o mal, minha e do Dudu Falcão, para a trilha da minissérie Riacho doce. A música tocou muito e o grande público descobriu minha voz. Meu primeiro disco, no embalo dessa canção, foi produzido por Roberto Menescal para a EMI. Depois vieram outros, alguns pelo selo Albatroz, do Menescal. Participei de projetos como o Para Caymmi, juntamente com Dori e Nana, nas comemorações dos 90 anos de Dorival Caymmi. O álbum foi lançado pela Warner e ganhou os prêmios Tim e Grammy Latino.
DANILO CAYMMI E JORGE HELDER
Show de encerramento do projeto Dorival para Sempre Caymmi,
hoje, às 21h, no Clube do Choro. Entrada franca.