Diversão e Arte

Respeito às diferenças em coleção com lançamento hoje na Biblioteca Nacional de Brasília

Severino Francisco
postado em 30/10/2009 08:14
O mestre Monteiro Lobato mostrou que era possível fazer boa literatura para educar, divertir e discutir, sem ser chato. Este foi o caminho escolhido pelo Instituto Indica, uma ONG de Brasília que trabalha com direitos humanos, para sensibilizar as crianças e os jovens no sentido de reduzir os preconceitos. A partir daí surgiu a Coleção-Bem-me-quer, constituída por 10 livros, com a participação de um time respeitável de escritores e ilustradores, brasileiros e estrangeiros. Os livros são dirigidos a crianças de 4 anos a adolescentes de 16 anos, mas como toda obra literária de qualidade, podem ser apreciados por gente de todas as faixas etárias. Jô Oliveira é um dos brasilienses que participam da coleção Bem-me-querA coleção será lançada, hoje, a partir das 19h, na Biblioteca Nacional de Brasília (Setor Cultural Sul, lote 2). Os brasilienses Jô Oliveira, Eliana Carneiro e Maurenilson (da editoria de Arte do Correio), participam da coleção. A espanhola, radicada no Chile, Raquel Echenique (agraciada duas vezes pelo Ibby, International Board on Books for Young People), ilustra As meninas descalças, de Jonas Ribeiro, uma engenhosa fábula poética sobre as desigualdades sociais: "A mãe de Luciana se chama Lúcia./ Ela trouxe da Rússia um urso de pelúcia,/somente para agradar a filha amada./A mãe de Mariana se chama Ana./Ela trouxe da rua uma fatia da lua com goiabada,/somente para agradar a filha amada". Ana Claudia Ramos e Maurenilson falam sobre as diferenças sexuais em Por que eu não consigo gostar dela?. A bailarina Eliana Carneiro apresenta a surpresa de belos desenhos para o Livro de pequenas perguntas. Em Como Somos, Flávia Lins e Silva e Leticia Gotlibowski narram uma delicada história de uma criança que descobre que a irmã tem síndrome de down. Roda Gigante, de Adriana Falcão e José C. Lollo, falam do segredo de Deus e da necessidade do respeito à religião do outro. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar, é uma divertida história sobre a solidariedade entre um macaco e uma sereia. Em É diferente, mas é igual, Ana Raquel chama a atenção para o prazer de enxergar o mundo com outros olhos. Salto de Borboleta, de Márcia Cristina Silva e Maurenilson, é um convite ao voo rumo às coisas diferentes no mundo. Chico Salles e Jô Oliveira discutem as distinções de raça em ritmo de cordel: "A vida também ensina/O preconceito termina/Quando o saber decola". Um dos volumes da coleção é um audiolivro dirigido especialmente a deficientes visuais. A coleção Bem-me-quer, concebida e editada pelo Instituto Indica, integra um projeto maior que tem como meta a redução de preconceitos das crianças, jovens e adolescentes. Raça, regionalismo, religião, classe social, gênero, orientação sexual e deficiência são os alvos. Coordenada por Giovane Aguiar e Alex Chacon, a coleção será distribuída em 2.500 escolas do país, por meio da Fundação Itaú Cultural: "Estamos trabalhando uma tiragem comercial e negociando outras em escalas maiores para atender as secretarias estaduais de educação", informa Giovane Aguiar, coordenador do Instituto Indica. O nosso interesse é que cada escola do Distrito Federal tenha uma ou duas coleções. É importante que as pessoas carentes recebam livros com alta qualidade de texto e de ilustração' . COLEÇÃO BEM- ME-QUER Lançamento, hoje, a partir das 19h, na Biblioteca Nacional de Brasília (Setor Cultural Sul, lote 2)

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