Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Trocas de movimentos no Festival Internacional Novadança que começa hoje na Caixa Cultural

Há mais de 10 anos na estrada, o Festival Internacional Novadança tem provado que Brasília tem tudo para trilhar, num futuro não muito distante, os caminhos do mais importante centro de dança do país. O evento, que ganha mais uma edição a partir de hoje, reúne uma média de 2 mil pessoas a cada encontro. "O festival se tornou um importante espaço de intercâmbio entre os profissionais da dança no Brasil", comemora Giovane Aguiar, diretor, produtor e curador da mostra que segue até 4 de outubro na Caixa Cultural. "A ideia era criar em Brasília um polo onde a dança contemporânea - mais especificamente a nova dança - pudesse se desenvolver. Desde então, ele mantém essa característica, apresentando várias etapas, sempre com o projeto de formação de público", acrescenta. Ao longo de cinco dias, os entusiastas do gênero que consagrou nomes como Ana Botafogo e Deborah Colker terão oportunidade de ver apresentações de grupos locais e de outras partes do país, como a mineira Dudude Hermann, convidada especial do encontro este ano. A artista, que abre o festival hoje, às 20h, com o solo Fase 1 - Projeto, terá a missão de construir uma performance junto com 20 inscritos no workshop que ocorre paralelamente ao evento. O número será apresentado durante a mostra. A atração internacional fica por conta do grupo Nómada, das Ilhas Canárias, que encerra o evento com o espetáculo Los zuecos van hacia sus buenos hábitos. "Acompanho vários festivais de dança no Brasil e no mundo. Há sempre a possibilidade de troca e, desta vez, surgiu a oportunidade de trazer Roberto Torres, do Nómada, que faz um trabalho que admiro", destaca Aguiar, que convida o público a participar de debate realizado ao término de cada espetáculo. Uma sala de vídeo montada no foyer da Caixa Cultural exibirá, durante toda a programação, aproximadamente 40 filmes envolvendo o tema. São documentários, espetáculos de dança e vídeo-dança. A intensa interatividade tem o objetivo, segundo Giovane, de divulgar ao máximo as técnicas e trabalhos do estilo surgido na década de 1970. "A intenção é levar ao conhecimento do grande público a existência da nova dança. É uma oportunidade de contemplar os coreógrafos de Brasília", defende. Representando Brasília no encontro, o grupo Dança Pequena sobe ao palco na sexta-feira para investigar a questão dos gêneros no universo masculino e feminino a partir do solo O espaço entre rosa e azul. Em cena, a intérprete Danielle Renée desmitifica imagens negativas sobre a sexualidade, em performance que privilegia a delicadeza. "Recorremos à linguagem teatral para dar vida aos movimentos no palco", explica o diretor e coreógrafo Édi Oliveira. Outra companhia da cidade é atração de sábado no evento. Livremente inspirado em texto do dramaturgo Plínio Marcos, 2, montagem do grupo Basirah, se apropria do texto amargo do dramaturgo paulista para desenvolver provocativos movimentos corporais em cena. FESTIVAL NOVADANÇA De hoje a 4 de outubro, na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Q.4). Hoje, às 20h, espetáculo Fase 1 %u2014 Projeto, com Dudude Herrmann. Ingresso: um livro para ser doado a escolas públicas e bibliotecas comunitárias do Distrito Federal. Capacidade para 409 pessoas, com espaço reservado para cadeirantes. Informações: