postado em 06/09/2009 08:00
Recentemente, ele deu o ar da graça em todas as novelas da TV Globo. Apareceu em Paraíso, passou por Caras & bocas e ainda deu pinta em Caminhos das Índias. Um dos mais assíduos atores brasilienses que participam de telenovelas, Murilo Grossi, 45 anos, perdeu a conta de quantos personagens fez. De ponta em ponta, conseguiu até ficar uma trama inteira. Em O clone, entrou para fazer apenas um capítulo e ficou até o fim. Era o assistente de Dr. Albieri, o personagem de Juca de Oliveira, que acabou crescendo ao longo da trama. ;Vivia entre Rio e Brasília. Quando chegava aqui, lembro de todo mundo ficar me encarando. Pareciam pensar: ;Ontem à noite, aquele cara estava na minha tevê e hoje está aqui no mesmo supermercado que eu.; Era até meio constrangedor. Nunca tinha experimentando aquele reconhecimento, com aquela dimensão. Apareceu num capítulo da novela das oito, no outro dia o Brasil inteiro te reconhece;, destaca Murilo, cuja primeira participação foi em Estrela guia, em 2001, que teve várias cenas rodadas em Brasília e Pirenópolis.Apesar da assiduidade, Murilo não tem nenhuma ilusão com relação às telenovelas da Globo, sonho cobiçado por milhares de atores brasileiros, que lutam por uma aparição mesmo sem fala. Para ele, que sempre teve o teatro e o cinema como objetivo, esse foi o caminho natural que o levou até os diretores e produtores de elenco. ;Pinta alguma coisa na televisão, eu aceito. É mais uma possibilidade. Mas eu sempre fiz mais teatro e cinema;, enfatiza.
Murilo Grossi não deixa de ressaltar a parte positiva de fazer pontas na telinha, como o bom cachê, a infraestrutura e o reconhecimento que ela proporciona. Mas hoje não se deslumbra mais. ;Valorizo e respeito imensamente. Tenho uma relação de admiração com a tevê. Mas dentro da nossa carreira, existem outras possibilidades. Essa é uma delas. A relação não é de desencanto, mas também não é de deslumbramento;, esclarece.
Sotaque de Mr. Johnson
Outro brasiliense que volta e meia aparece nas novelas e seriados é o ator, diretor e bailarino William Ferreira, 44 anos. Por conta do tipo físico (tem olhos e cabelos claros e nasceu no País de Gales, apesar de ter nacionalidade brasileira), ele é frequentemente convidado para interpretar gringos nos folhetins. Um dos mais marcantes foi Mr. Johnson, empresário norte-americano que participa da negociata com a vilã Flora (Patrícia Pillar) em A Favorita. ;Ary Fontoura, que fez o Silveirinha, brincou que eu deveria deixar de interpretar estrangeiros e passar a viver brasileiros nas novelas. Mas eu me divirto fazendo esses tipos;, revela.
William conta que, há 10 anos, chegou a fazer um cadastro na Globo para fazer participações, mas era necessário estar morando no Rio, o que não o interessava. Mas, vez por outra, não deixa de ser chamado para as produções da emissora da família Marinho. ;Gosto muito de fazer essas participações. A Globo trata a gente muito bem, te dão passagem, hospedagem, um tratamento cinco estrelas. Fico feliz com as pontas. Mas sempre tenho uma vontade de fazer um personagem maior. Em A favorita, apareci em cinco capítulos e as pessoas passaram a me reconhecer; é até meio estranho. Mas a gente acaba se divertindo;, afirma ele, que no currículo tem pontas em novelas como Cobras e lagartos, Da cor do pecado, Belíssima, Mad Maria, e a mais recente delas, Caminho das Índias, em que fez um policial da Interpol, que contracenava com Letícia Sabatella, a psicopata Yvone.
Peão em Cabocla
O ator Chico Sant;Anna, 57 anos, tem toda a carreira moldada nos tablados e fez a sua estreia no palco em grande estilo: o espetáculo Gota d;Água, de Chico Buarque, no Teatro Dulcina de Moraes, tendo Bibi Ferreira como protagonista. ;Em 1978, Dulcina exigiu que o grande elenco desse musical fosse composto por atores de Brasília. Eu fui um dos selecionados. Foi maravilhoso;, lembra.
Teatro e cinema estavam cada vez mais presentes na vida de Chico. Até que, em 1996, surgiu um convite inesperado: uma participação na então novela das oito, O rei do gado. ;Eu estava em cartaz aqui na cidade com um espetáculo de Alexandre Ribondi e uma produtora da Globo assistiu à peça. Ela estava procurando um ator para fazer um taxista que buscava o personagem de Carlos Vereza (o senador Caxias) no aeroporto. Foi uma cena só, mas foi bem interessante;, conta.
As pontas continuaram até que, finalmente em 2004, ele teve a oportunidade de fazer um papel do começo ao fim em Cabocla. ;Ele era empregado da fazenda do Coronel Boanerges, interpretado pelo Tony Ramos. Foi uma experiência bem interessante porque além de ser um personagem que ficou do começo ao fim, eu pude conhecer o estúdio, aquela loucura toda da tevê, como tudo funcionava;, diz o ator que acumula participações também em Da cor do pecado, Mad Maria, JK, Vidas opostas e Carga pesada.
Graças à Cabocla, Chico Sant;Anna, que na época estava morando no Rio, ficou mais tempo por lá, emendando um trabalho no outro. Após três anos na capital fluminense, ele voltou a Brasília. ;Nunca pensei em levar meu currículo e bater na porta do Projac. Mas as coisas foram acontecendo e me segurando no Rio. Na verdade, sempre achei que o meu lugar fosse aqui em Brasília;, justifica Chico.
Assista vídeo com a participação dos atores brasilienses em telenovelas
Alessandro Brandão
Novela Caminho das Índias
http://www.orkut.com.br/Main#FavoriteVideoView?uid=12567172389501063880=1243807175
William Ferreira
Novela A Favorita
http://www.youtube.com/watch?v=Huq5k_hr0gY
Murilo Grossi
Seriado Os Aspones
http://www.youtube.com/watch?v=VbANl87g6QE=1
Anastacia Custodio
http://www.sbt.com.br/videos/?id=b53a4d9c930808f35cbec45286e47e77#Scene_1