Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Novela de Benedito Ruy Barbosa aumentou a média do Ibope em cerca de 50%

m março, Benedito Ruy Barbosa exibiu as primeiras cenas de Paraíso. Em público, prometeu que o trabalho não teria os baixos índices de audiência, que o horário das 18h vinha registrando. Agora, cinco meses depois, o autor não só aumentou a média do Ibope em cerca de 50%, como também garantiu, no total, um mês a mais de capítulos da história no ar. A previsão inicial era que a trama acabasse no início de setembro. Agora, depois que o folhetim ultrapassou a marca dos 30 pontos de média, a estreia de Cama de gato, a trama substituta, foi adiada para 5 de outubro. É o fim de dois anos de lamentações nessa faixa.

Paraíso é a prova de que efeitos especiais de última geração e temas polêmicos não são suficientes para garantir a atenção do público. Ou, melhor, sem uma boa história, nada funciona. Os dramas da mocinha Maria Rita, desde a vida de noviça à transição para jovem contemporânea, são críveis na interpretação madura da quase novata Nathália Dill. Em seu segundo trabalho na tevê, a atriz em nada deixa a desejar. Mesmo quando contracena com os grandes nomes do elenco, como Cássia Kiss (a beata Mariana), Reginaldo Faria (o fazendeiro Eleutério) e Mauro Mendonça (o conformado Antenor). Ou até quando está sozinha, geralmente lamentando a falta que sente de Zeca (Eriberto Leão).

Benedito Ruy Barbosa tem fôlego de sobra para esticar Paraíso. Pelas mãos das filhas Edmara e Edilene Barbosa, o autor conta com uma nova mocinha, que trocou o convento por uma vida normal. Figurino, penteado, gestual, enfim, tudo mudou em sua Santinha (Nathália Dill), cada vez mais determinada a deixar os ares angelicais para trás. E, com a aproximação da jovem com o forasteiro Otávio (Guilherme Winter), um novo triângulo amoroso se forma. Não bastasse o novo gás para as cenas com os mocinhos, a novela parece ter ganhado outro casal de protagonistas em sua nova fase. Os encontros e desencontros de Rosinha (Vanessa Giácomo) e Terêncio (Alexandre Nero), muitas vezes chamam mais atenção do que o resto da história. Um espaço conquistado aos poucos por seus intérpretes.

Todo o elenco, sem exceção, parece afinado. Ponto para eles e também para o diretor geral Rogério Gomes, o Papinha. Cria de Jorge Fernando e Ricardo Waddington na emissora, Papinha se mostra cada vez mais seguro em sua segunda direção de núcleo. Isso sem contar que a primeira, em Beleza pura, foi completamente oposta à atual. Se antes a vida urbana e a agilidade marcavam a trama central, dessa vez o que impera é o sossego campestre e o verde para todos os lados.