Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Três vezes rock: bandas da cidade fazem shows de lançamento de seus primeiros discos

Rock ao vivo não é uma nenhuma novidade nas noites de sábado em Brasília ; é mais regra do que exceção. Por isso, não chega a ser estranho três bandas da cidade lançarem disco no mesmo dia. Fossem grupos com sonoridades próximas, Besouro do Rabo Branco, Tiro Williams e Mostarja poderiam estar competindo pelo mesmo público, mas o ecletismo da produção brasiliense permite que cada um dos eventos atraia sua própria plateia.

A galera do Besouro lança o disco de estreia no Botiquim Blues, em Taguatinga. O CD é resultado de dois anos de trabalho em estúdio. ;O preço de uma gravação com mais qualidade é maior. Não teríamos como fazer tudo de uma vez. Contamos com o apoio do FAC (Fundo da Arte e Cultura) e do estúdio Órbis, mas isso significou gravar lá em horários alternativos, o que tornou o processo mais demorado;, explica o vocalista Gabriel Costta. Ele e os companheiros de rock, o guitarrista Matheus Ribeiro, o baterista Rogério Fonte Boa e o baixista Moisés Pacífico estão juntos como Besouro do Rabo Branco desde 2003.

Ao longo dos seis anos de trajetória, o quarteto subiu em diversos palcos do Distrito Federal e também de outros estados. ;Em Minas, a resposta pro Besouro foi muito legal. No Triângulo Mineiro, as pessoas têm muita vontade de ouvir bandas de rock, e ainda mais curiosidade ser for uma de Brasília. Talvez por ser um som que não fazem muito por lá;, comenta Gabriel. Durante alguns anos, a banda desenvolveu o projeto À sombra ação, cuja verba da bilheteria era doada para instituições que ajudam crianças carentes. A agenda constante ajudou a banda a conseguir um público para o seu som. ;Tem uma galera que acompanha, canta as músicas nos shows. Posso dizer que somos até conhecidos, mas no underground, por gente de bom gosto;.

BESOURO DO RABO BRANCO Show de lançamento do disco Besouro do Rabo Branco. Hoje, às 21h, no Butiquim Blues (Praça do DI, em Taguatinga). Discotecagem: Nugole e Oops! (Criolina). Entrada: R$ 8 (homens) e R$ 5 (mulheres). Mulheres não pagam até 23h. Não recomendado para menores de 18 anos. Mais informações: 8527-1393.

"Todo Gavião" do grupo Besouro do Rabo Branco

Mostarja: temperando o som O Mostarja emergiu de uma junção esquisita. Na panela, o condimento mostarda misturou-se à ideia inicial, Tarja Preta. Culpa do Google, que denunciou mais de 15 bandas batizadas com o campeão de um longo e árduo brainstorm. O nome adotado pela banda brasiliense que lança hoje o primeiro álbum grudou. Guarda até um segredinho: Mostarja é também uma ponte que une cristãos e muçulmanos na Bósnia.

;Sem querer, achamos um significado bacana;, orgulha-se o vocalista Bóris. Mais um elemento escondido na receita do Mostarja: Bóris é André Rabelo, chef de cozinha e roqueiro nas horas vagas. Aliás, hoje a dinâmica é essa. Em 1997, quando integrava a banda Kactus-Cola, a agenda de Bóris chegou a ser totalmente preenchida com a árdua tarefa de se tornar uma estrela do gênero. O investimento foi pesado. A Kactus-Cola se mandou para São Paulo.

Dieta básica da ralação de banda forasteira na terra da garoa: arroz com ovo, conta ele, e várias roubadas. ;Assinamos com uma gravadora e foi uma furada. Eles sacanearam muita gente. Pegaram o dinheiro de todo mundo;, relembra. Mágoas da tentativa fracassada de sucesso? Que nada. Serviu de lição para o Mostarja, que, além de contar com Bóris, é formado por Bulhões (baixo), Alisson (guitarra), Guiga (bateria) e Jota R. (guitarra). Todos em algum momento passaram pelo Kactus-Cola.

Naturalmente, a internet é aliada e inimiga de aventuras decepcionantes, como a que o Kactus-Cola se submenteu na época da antiga banda. ;Quem é independente tem muito mais chance de mostrar o trabalho sem gravadora ou jabá;, aposta. Ou seja: nada de arroz com ovo pela frente.

MOSTARJA Show de lançamento do disco Pizza e progresso, da banda Mostarja. Hoje, às 20h, no Arena Futebol Clube (Setor de Clubes Sul, em frenta à AABB). Participação de Rocan, Clonning Stones e Ranka. Ingressos a R$ 10. Não recomendado para menores de 16 anos.

"Sol Vermelho" do grupo Mostarja

"Pizza e progresso" do grupo Mostarja

Tiro Williams: tiroteio de hits

Trio Williams? Tito Williams? Tirolips? A banda Tiro Williams já se acostumou a ter o nome confundido ; fato que para o baterista Tuzão e os guitarrista/ baixistas Moraes, Eduardo e Felipe é motivo de risadas, não de aborrecimento. O nome veio de um sujeito metido a coubói que Felipe conheceu numa viagem ao Paraná. Com apenas dois anos de estrada (o primeiro deles, só ensaiando, moldando o som da banda), o quarteto já chegou ao primeiro disco.

A ideia inicial, conta o vocalista Moraes, era gravar apenas seis músicas e lançá-las como um EP na internet. ;No estúdio, o (produtor) Gustavo Bill nos viu tocando umas músicas que ainda não estavam prontas e nos convenceu a gravá-las. Finalizamos os arranjos e gravamos. Quando vimos, já estávamos com 11 faixas gravadas;, explica.

A partir da semana que vem, Tiro Williams, o disco, começará a pipocar em diversos sites de download. Cópias caseiras, com encarte e tudo, foram feitas apenas 100 e podem ser compradas nas apresentações da banda. ;Nos nossos shows, sempre dá uma galera, mas geralmente são amigos e namoradas;, admite Moraes. ;Queremos agora é ampliar esse número;.

TIRO WILLIAMS Show de lançamento do disco Tiro Williams, hoje às 22h, no Gate;s Pub (403 Sul). Participação das bandas Watson e Darshan. Discotecagem: Alê dos Santos (Cult 22) e Rafael Monstro (Disco Alto). Ingressos: R$ 12. Não recomendado para menores de 18 anos.

"Que inferno" do grupo Tiro Williams