Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Chucky Berry toca hoje em São Paulo

Chuck Berry toca hoje na casa de shows Via Funchal. Sua banda é curiosa: o baixista (James Lee Marsala) parece um daqueles corretores que se oferecem para comprar seu carro ali na Barão de Limeira. O tecladista (Robert Johnson Lohr) é um redneck típico. O guitarrista (seu filho, Charles Jr.) é um mestre-de-cerimônias. O baterista é emprestado - trata-se do brasileiro Samuel Correa (no ano passado, era outro brasileiro, Maguinho Alcântara). É parte da mística do velho Chuck. Durante anos, ele viajou pelo mundo carregando apenas sua guitarra Gibson, confiante no fato de que poderia contratar uma banda que conheceria suas músicas em qualquer lugar que desembarcasse (Bruce Springsteen e Steve Miller estiveram entre esses que foram seus escudeiros de ocasião). "Eu entro na net, baixo lá as coisas que ele vai tocar, e depois vou firmando. Eu toco pela parte prática, não teórica. Além do mais, são coisas que eu ouço desde a minha infância, que o mundo inteiro conhece", disse, nesta segunda-feira, o baterista fluminense Samuel Correa - que já acompanhou um time eclético, que vai de Zeca Pagodinho a Gloria Gaynor, de Wilson Simonal a Jane (a mulher do Herondy). O show de Chuck Berry é sempre igual. A roupa é a mesma, a duração do show (ele nunca dá bis, nunca canta um minuto além da uma hora regulamentar), o repertório. Foi assim em Jaguariúna, em 2002, foi assim em 2008, será assim esta noite. Mas é bacana, é alto astral.