Sem nada de cor, tendo apenas a madeira como suporte, as peças de Mário Teles deixam de lado parte da rusticidade empregada pelo pai, ; ;há mais polimento e maior tratamento;, pontua Malba, com três décadas de experiência no setor artesanal. A expressão de rostos contidos é recorrente nas obras, tomadas pela carga de figuras do folclore mineiro (entre elas, a Guarda do Rosário e a Guarda de Reis). Tendo ainda como curador Frederico Hudson, a exposição traz peças que retratam momentos ligados à capoeira, à queda-de-braço e a festejos com pau-de-sebo.
A serem comercializados a partir de R$ 200, os trabalhos recentes ; que têm títulos como Priandela dos músicos e Folclore dos índios ; variam em dimensões, com o menor medindo 23cm x 57cm e, o maior, 2,40m x 1,64m. Requisitado por compradores estrangeiros, Mário Teles, em Engrenagens da vida, ainda apresenta obras próprias para colecionadores, como Fantástico mundo folclórico, com valor estabelecido em R$ 29,5 mil. Trata-se de uma composição de sete rodas da vida associada a outras três metades de mandala.
Tudo num patamar muito diverso para o artista que produziu estimadas 3,5 mil obras e viu o pai, em 1965 (e aos 50 anos), começar na lida como artesão. Seis anos depois, Mário Teles ;, antes pintor e que, hoje em dia produz no porão da casa do pai, ; começou a esculpir, ao lado de GTO. Certamente, é conversa para render longas conversas com o público, hoje, quando o artista receberá convidados para o relato de vivências e de feitos artísticos.
1 Roda da vida
Na produção de GTO, a temática consiste em mandalas, com figuras de pessoas integradas à peça, como que num esforço para que a roda gire. Daí, as composições circulares carregam na relação entre integração e interdependência.
ENGRENAGENS DA VIDA
Galeria Etno Brasil (SHIS QI 05, Bl. E, Lj. 9 Lago Sul, no Gilberto Salomão). Abertura hoje, a partir das 10h, com presença de Mário Teles. Até 18 de setembro, com visitação de segunda a sexta, entre 8h e 12h e das 14h às 18h.