Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Programa Pânico na TV conseguiu, em Brasília, um feito inédito: liderar a audiência segundo a medição do Ibope

A disputa pela preferência do telespectador é como uma corrida de cavalos ou de Fórmula1: uma cabeça ou milésimos de segundo na frente do outro competidor fazem enorme diferença. Num país onde as tevês parecem sempre estar correndo contra um Michael Schumacher, chegar em primeiro lugar não só é difícil, como motivo para uma comemoração ainda maior. Por isso, a equipe do programa Pânico na TV ainda se impressiona com o primeiro lugar no Ibope obtido em Brasília no último dia 26 de julho. O pico de audiência foi de 20 pontos, contra 19 da Globo. Ou seja, aproximadamente 445 mil pessoas estavam sintonizadas no canal naquele momento. %u201CEstamos concorrendo com o Domingão do Faustão, o Fantástico, A fazenda%u2026 É uma luta de Davi e Golias%u201D, compara Alan Rapp, diretor do humorístico desde o ano passado. %u201CNossa equipe é pequena, nem 20 pessoas. Mas a gente consegue ser a pedra no sapato deles. Antigamente, dava sempre a Globo em primeiro e algum programa de outra emissora em segundo %u2014 e permaneciam isolados na liderança da audiência. Os terceiros e quartos lugares ficavam muito longe. Hoje, não é assim. A briga pelo primeiro e o segundo lugar é minuto a minuto.%u201D O Pânico na TV já tinha alcançado o primeiro lugar no Ibope (1)%u2014 em medição nacional %u2014 em 17 de julho, uma sexta-feira (o humorístico é exibido aos domingos, às 21h, e reprisado às sextas, às 22h). %u201CÉ uma vitória que o programa busca desde que estreou, há seis anos. Para nós, foi uma surpresa, não tínhamos essa informação, foi o pessoal da TV Brasília, que transmite o Pânico aí na cidade, que nos informou. Ficamos muito honrados%u201D, conta Rapp. Para o superintendente de televisão da TV Brasília, Luiz Eduardo Leão, o fato de o programa ter começado a ser exibido na televisão aberta da capital federal recentemente (em 2008) ajuda a explicar o pico de audiência na cidade. %u201CEle começou a ser visto agora, está caindo no gosto das pessoas. Antes disso, já era falado no Brasil inteiro em revistas, em outros programas. Existia uma curiosidade.%u201D Repercussão O Pânico surgiu no rádio (ainda é transmitido pela Jovem Pan) e estreou sua versão televisiva em 2003. Emílio Surita, um dos criadores e apresentadores do programa, acredita que a receptividade do humorístico também pode ser medida nas ruas, principalmente às segundas-feiras. %u201CO pessoal comenta o que viu na noite anterior. Muitas coisas pegam mesmo. Veja o caso do Zina, ele virou ídolo da torcida do Corinthians, uma celebridade%u201D, comenta, em referência ao torcedor que, numa entrevista para o Pânico no começo do ano, encarou a câmera, soltou um %u201CRonaldo%u201D e virou mania nacional. Entre os humoristas do programa, Wellington Muniz e Rodrigo Scarpa %u2014 o Repórter Vesgo e Sílvio, respectivamente %u2014 são os mais conhecidos do público. Fazem entrevistas com famosos em badalados eventos, estão sempre nas praias brasileiras em busca da musa da beleza interior. Recentemente, Muniz emplacou a Marília Gabriherpes, sátira à jornalista Marília Gabriela. No quadro Meda, Sabrina Sato e Christian Pior (Evandro Santo) entrevistam anônimos e celebridades na balada e %u201Ceventos vip%u201D. No Pânico delivery, Marcos Chiesa e as Panicats encontram algum bebum na balada e o levam pra casa em segurança. César Polvilho, por sua vez, é o Repórter Ação em pautas inusitadas. E Daniel Zukerman é o Impostor, especialista em entrar onde não foi convidado. Três perguntas - Daniel Zukerman, o Impostor Acredita que o quadro O impostor terá vida longa? Todo quadro na televisão tem uma vida. Se você tiver criatividade, dá pra sustentar, fazer outras coisas. Quando fiz o primeiro, o da Fashion Week, disseram que não seria possível continuar, pois meu rosto já estaria conhecido. Mas depois fiz a festa da Hebe, Sylvester Stallone no Brasil, José Dirceu, aniversário da Ivete Sangalo%u2026 O fator mais importante não é ser reconhecido, é ter sorte. Com o sucesso do quadro, ficou mais difícil invadir os lugares? Com certeza. Tem lugares onde já sou esperado, com fotos minhas. A minha retaguarda é que tenho alguns quadros gravados, que ainda não foram ao ar. Tem coisas espetaculares que ainda não foram mostradas no programa. Qual seria a missão dos sonhos do Impostor? Se é pra sonhar, acho que seria entrar na Casa Branca e encontrar o Obama. Dar uma camisa do Brasil pra ele. Ouça entrevista com Daniel Zukerman