; Saiba mais
O pai dos estilos
Naquela época, o estilo barroco começava a ceder espaço para as formas mais clássicas de composição cujas características eram mais clareza, um tema e um acompanhamento, ao contrário das imitações proporcionadas pelo contraponto barroco. Haydn revolucionou a música propondo novas formações como os quartetos e trios, aperfeiçoou a forma da sonata e fez da sinfonia a música volumosa que hoje todos conhecem. Foi o mais prolífico dos compositores do século 18 ; escreveu 108 sinfonias e 707 peças de câmara ; e abriu espaço para Beethoven e Mozart criarem as obras-primas mais importantes da história da música. Para lembrar o bicentenário da morte de Haydn, a Orquestra Sinfônica incluiu duas peças no programa. Em outubro o maestro Ira Levin rege a Sinfonia n; 103 e, em novembro, Roberto Tibiriçá comanda a orquestra na Sinfonia n; 47.
; Artigo
Perto da perfeição
A importância e grandiosidade de Haydn são quase incomensuráveis. Ele tomou as formas primitivas de sonatas nos anos 1750 e, durante os anos de quase isolamento a serviço da família dos Esterhazy, desenvolveu o quarteto de cordas, a sinfonia, as sonatas para piano a um ponto de perfeição nunca igualado. Ele plantou as bases para o desenvolvimento futuro de Mozart e Beethoven. Daí o apelido de ;papai Haydn;. No entanto, sua música é intrinsecamente tão importante quanto a deles, o que não quer dizer que ele seja apenas um precursor. Entre seus 83 quartetos e 104 sinfonias, sonatas para piano e trios há uma enorme variedade e número grande de obras-primas.
Ele era um famoso compositor de óperas entres os anos 1770 e 1780. Mais tarde, depois de uma incrível série de 12 sinfonias feitas em Londres no início dos anos 1790, compôs seis grandes missas e dois dos maiores e mais populares oratórios já escritos, A criação e As estações, comparáveis somente às obras-primas do gênero escritas por Haendel. Assim como os maiores sucessos de qualquer compositor vivo na história, sua música foi apreciada no século 19 e início do 20 mais pela importância histórica do que pelo mérito. A partir dos anos 1950, no entanto, começamos a ver Haydn como um grande gênio musical e um compositor cuja música, de uma fascinação e variedade infinitas, é fonte contínua de admiração e alegria. Fico contente de que, em Brasília, tocamos mais Haydn que em qualquer outra orquestra do país. Ele é importante para a alma e para o treino de qualquer boa orquestra.
Maestro Ira Levin, regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro