Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Maior festival de teatro de animação do mundo começa hoje na cidade

Sombras interpretando histórias, marionetes que se movimentam de forma incrivelmente realista, fantoches brincalhões... A arte de dar alma a bonecos e objetos dentro de um contexto cênico tem no festival Sesi Bonecos do Mundo o maior evento do gênero na atualidade. Brasília será o ponto de partida para a caravana (composta por quatro carretas e seis caminhões transportando 60 toneladas de equipamentos) que passará, durante agosto e setembro, por Palmas, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá e Belo Horizonte. De amanhã a sexta, as apresentações serão no palco da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional; sábado e domingo, na área externa do Museu da República. A programação conta ainda com oficinas sobre o desenvolvimento de filmes de animação e a criação de bonecos e adereços cênicos e exposições. O que qualifica o festival - que em 2009 chega à sétima edição - como o maior de teatro de animação do mundo em atividade, explica a idealizadora e curadora Lina Rosa, é o número de atrações nacionais e internacionais e, o mais importante, sua gratuidade, permitindo a presença de um público considerável. Entre 2004 e 2008, mais de um milhão de pessoas compareceram ao Sesi Bonecos. "Durante a caravana, podemos nos apresentar para mais de 10 mil pessoas. Isso é extraordinário. Até existem eventos de grande porte, mas grande tanto para as companhias quanto para o público são poucos", avalia Osvaldo Gabrieli, diretor da companhia paulistana XPTO. "É um festival único. Com essas características, não há outro no mundo", compara Rosa. "Além do intercâmbio de informações entre os grupos, o grande ganho para nós é a formação de público para o teatro de bonecos - que tem menos visibilidade do que o teatro com atores. É uma ótima oportunidade para as pessoas verem bonecos", comenta Luiz Fernando Vitral, produtor da Giramundo - a companhia mineira participa também com uma exposição dos bonecos usados ao longo de suas quatro décadas de atividade. Com espetáculos de propostas variadas e de apelo para públicos de diferentes idades, adultos e crianças, a programação deste ano conta com 22 grupos brasileiros e cinco internacionais que utilizam técnicas como luva marote, vara, tringle, fio, balcão e habitáveis. A americana The Huber Marionnettes, por exemplo, impressiona pelos detalhes de movimentos de seus bonecos. Seu fundador, Phillip Hubber, foi o responsável pelas marionetes do filme Quero ser John Malkovich. Os italianos da companhia La Voce Delle Cose exploram as possibilidades dos objetos do dia a dia usados como cenários e personagens, causando uma instigante interação com o público. O grupo Gats, de Santa Catarina, se vale de sacos plásticos e uma aprimorada técnica de mãos para dar vida aos personagens de O patinho feio. Lina Rosa considera todo o festival imperdível, mas aponta a Companhia de Teatro de Sombras de Tangshan, grupo de teatro de sombras chinês fundado em 1943, como uma das atrações que o público não pode deixar de assistir. "Trazer para o Brasil artistas da China custa muito caro, fora a burocracia para tornar isso possível. É provável que esta seja uma oportunidade única de vê-los por aqui." A apresentação de hoje é só para convidados. » Sesi Bonecos do Mundo 2009 De quarta a domingo. De amanhã a sexta, às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Amanhã: Companhia de Teatro de Sombras de Tangshan (China). Quinta-feira: Cia. Ad Hoc (Argentina). Sexta-feira: The Huber Marionettes (EUA). Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro no dia da apresentação, até às 12h (sujeito a lotação da sala). Sábado e domingo, apresentações com companhias brasileiras e internacionais às 16h30, 17h, 18h, 19h30 e 20h, na área externa do Museu da República. Entrada franca. Classificação indicativa livre. Oficinas: inscrições pelo telefone 3354-4040 ou pelo e-mail centroculturalsesi@df.senai.com.br ou no Centro Cultural Sesi (QNF 24, Área Especial, Taguatinga). Exposição Uma volta ao Giramundo. Sábado e domingo, das 9h às 20h, na área externa do Museus da República. Entrada franca.