Fortaleza ; Com a exibição da noite do sábado (1/8), o longa-metragem Se nada mais der certo, dirigido pelo brasiliense José Eduardo Belmonte fechou um ciclo de participações em festivais nacionais. O filme previsto para estrear em circuito comercial a partir do dia 14 de agosto ainda viajará por quatro festivais internacionais passando por Canadá e Inglaterra.
O filme brasiliense foi projetado num Cine Sesc Luiz Severiano Ribeiro esvaziado após a exibição do longa-metragem Coração do tempo, de Alberto Cortés. O projeto de Cortés é melhor do que o resultado apresentado na tela. Os atores não profissionais, moradores de províncias mexicanas próximas às guerrilhas zapatistas até hoje não têm acesso a energia elétrica. Portanto, não assistem televisão e tinham pouco contato com o cinema.
[SAIBAMAIS]Para iniciar o processo de preparação de elenco, foram feitas sessões de introdução a linguagem audiovisual com projeção de filmes de Charles Chaplin. Foi preciso negociar com o alto comando guerrilheiro para que o produção pudesse ser tocada em frente. Mas, o filme construído com base em narrativa oral não pareceu cativar o público que deixou a sala escura.
No debate do filme acontecido na manhã deste domingo (2/8), no Seara Praia Hotel, o diretor brasiliense disse que Se nada mais dar certo, o quarto longa da carreira, encerra uma fase de busca pessoal, de entendimento de si mesmo. "Optei por fazer um cinema independente de busca pessoal", disse. "Fui criado em Brasília quando a cidade estava em construção, me sentia um pouco estrangeiro, sem saber quem eu era, não achava o meu espaço, essa fase reflete um pouco uma discussão de identidade intrínseca em mim. Acho que os filmes são muito claros nesse sentido", refletiu.
A próxima fase que o diretor deve iniciar na verdade é um retorno ao começo da carreira quando o cineasta produziu alguns curtas-metragens de comédia. Em Billy pig, título provisório de um projeto futuro, um porco falante, um padre e dois golpistas serão os personagens de um filme com humor à la Belmonte.