Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Outras casas oferecem opções em outros dias da semana

Algumas casas - caso do Schlob e do Churchill Lounge Bar - já tiveram dia fixo para o jazz durante a semana. A cantora Indiana Nomma lembra de quando nem precisava consultar a programação. Hoje, os dois estabelecimentos têm agenda variada e nem sempre o gênero está no programa. O início da semana ganhou outros pontos de encontro para os seguidores do ritmo sincopado e dos improvisos. Terça-feira também é dia de jazz na cidade. O Senhoritas Café trouxe o violinista norte-americano Ted Falcon para organizar a programação musical da casa às terças e o recém-inaugurado Garota Carioca aposta no estilo duas vezes por semana. No Oscar e The Old Barr não há dias fixos, embora o jazz apareça aqui e ali na agenda das casas. Confira onde continuar a ouvir o gênero até o início da próxima semana. Oscar (Brasilia Palace) Na década de 1960, o piano bar do restaurante do Brasília Palace era ponto de encontro na capital recém-nascida. Hoje o restaurante quer voltar a ser referência e para isso reabilitou o piano-bar com programação de jazz uma vez por semana. "Faço coisas da década de 1930 e leitura da música nacional com conceito mais jazzístico. Como essa coisa de barzinho, voz e violão tem diminuído por conta da dificuldade de fazer um som mais alto, quem gosta de ouvir tem migrado para outros lugares. Brasília tem espaço para abrir mais casas de jazz, até porque é grande exportadora de cantores para todo o Brasil", diz Rogério Midlej, responsável pela programação musical do Oscar. # Amanhã: Rogério Midlej (voz) e Fernando Fontana (piano), às 21h. Repertório: clássicos de Cole Porter, George Gerswhin e standarts da história do jazz

The Old Barr (Brasília Alvorada Hotel) O jazz é a principal proposta musical do bar, embora não haja dia fixo para ouvir o gênero. Ao contrário de boa parte das outras casas, aqui o investimento é na voz. Amanhã a cantora Rosana Brown mescla os clássicos de Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald com repertório popular internacional. "A cena ainda é um pouco restrita e, para ser bem aceito, tem que misturar com outras coisas", explica. Na próxima terça é a vez de Indiana Nomma. "Existe uma tentativa de fazer um circuito de jazz na cidade, mas infelizmente ainda temos pouquíssimos espaços onde se aposta na proposta. Quando comecei a cantar há 13 anos a terça-feira do Schlob era um clássico. Todo mundo sabia. Há uma tentativa de refazer esse tipo de projeto, mas ainda não está consolidado", diz a cantora. # Amanhã: Rosana Brown e banda, às 22h. Repertório: Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Lionel Richie, Jason M?Rav, Jamie Collum, Tracy Chapman.

Garota Carioca (SCN Ad3, Bl/C) Inspirado na cena musical do Rio de Janeiro, o Garota Carioca também tem programação musical fixa que privilegia o jazz e a bossa nova. O saxofonista Jonas Campelo, responsável pela programação, gosta de alternar as formações da banda. Às terças, a música fica por conta de um trio. Às quartas lidera um quarteto. "Como a bossa nova está muito desgastada decidimos fazer uma programação misturando arranjos em jazz com referência à música brasileira. Infelizmente, se a gente tocar apenas jazz o público não resiste muito. Não é da cultura das pessoas. Tem muita gente que gosta, sem dúvida, mas boa parte dos que saem para beber à noite não está muito disposta a ouvir os improvisos de meia hora de John Coltrane", explica Campelo. # Terça e quarta, às 20h30h. Repertório: música instrumental brasileira e alguns standarts do jazz

Senhoritas Café (SCLN 408, Bl/E) O projeto é novo e tem pouco mais de um mês. Chegou a ser suspenso por falta de alvará, mas a partir da próxima semana o Senhoritas retoma as terças de jazz com o violinista Ted Falcon. O músico tem residência na casa e liberdade para convidar outros instrumentistas. Falcon nasceu em Nova York e mal fala português, mas se encantou com o choro e acabou professor da Escola de Choro Raphael Rabello. Por isso não resiste a inserir alguma MPB no repertório montado para o Senhoritas. Na próxima terça ele terá a companhia do baixista Dudu Belo e do violonista Raphael dos Anjos. "Ainda estou descobrindo o jazz em Brasília", brinca Falcon, ex-professor do Conservatório de Música Silverlake (Los Angeles), escola fundada por Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers. # Terça, 4/08: Ted Falcon (violino), Raphael dos Anjos (violão) e Dudu Belo (baixo), às 19h. Repertório: MPB, choro e jazz.