Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Confira a coluna Cria da cidade com a cantora Georgia W. Alô

O ensaio no Guará 2 para a gravação do Cria da Cidade encheu de gosto a cantora Georgia W. Alô. Ela soltou a voz diante da câmera para interpretar uma, duas, três canções. Da garagem da casa, o som saía potente e parecia varrer a rotina da pacata rua. Era fim de tarde de uma quarta-feira e crianças que voltavam da escola sacolejavam o corpo. Para os passantes, as vocalises potentes, típicas da black music, poderiam provocar uma imagem dessa mulher. Uma intérprete negra e poderosa, típica dos coros gospels norte-americanos. Ao abrir o portão, está lá Georgia W. Alô, loiríssima, mas de alma embebida pelo universo da música negra, na qual se fortifica como artista. - A-do-ro essa observação. Escreve aí. que eu sou branquinha de alma negra, gargalha a brasiliense, que começou a cantar menina em coros infantis de colégios alemães, terra onde morou por 12 anos. Conhecida da noite do DF, por abalar tudo nos vocais da BSB Disco Music, Georgia W. Alô continua firme no grupo de dance music, divide a vida em paralelas com carreira solo. No mês passado, ela fez uma prévia que levantou o Clube do Choro, com composições inéditas e releituras de de Cassiano, Hyldon, Tim Maia, Aretha Franklin, Etta James, Janis Joplin, Stevie Wonder e James Brown. Quem acompanha a trajetória da cantora não esquece as performances ao lado de Indiana Nomma. Teve uma época que elas estavam juntas no BSB Disco Music, que fez show inesquecível no réveillon da Esplanada em 2002 (eu fui!). - Éramos as paquitas da BSB Disco Music. Eu a loira, ela a negra (risos). Foram tempos divertidos e importantes nas nossas carreiras, que deixaram lembranças carinhosas, conta Georgia. Dona de humor, Georgia esbanja eletricidade e termina a entrevista em clima de pocket show, neste fim de tarde inesquecível. Mesmo sem aparato de som, luz e banda, ela segue o violão que acompanha e voa nas canções. - Gente, ficou bom? Querem mais? - Querer a gente quer, mas o Cria da Cidade tem dois minutos e meio de duração, explica o cinegrafista Wendel Rodrigues. Saímos de lá com um gostinho de quero mais Georgia W. Alô. Repeteco Falando em Indiana Nomma, o leitor/internauta Marco Tullio de Oliveira mandou um e-mail para o Cria da Cidade "implorando" um programa com a cantora hondurenha, radicada em Brasília. - Sou fã de Indiana desde a época do BSB Disco Music, ela é uma das estrelas da noite de Brasília. Brinde a gente com um vídeo dela no site do Correio, please... Conversamos com Indiana na casa onde mora, num condomínio com vista para o cerrado. Lá, ela canta, toda manhã, para os elementais da natureza, num ritual de evocação e proteção de sua voz. Se você quiser assistir, vale o repeteco. Participe da coluna com sugestões de artistas nascidos e radicados no DF. Mande um e-mail para sergiomg.df@diariosassociados.com.br.