Diversão e Arte

À frente do Jackson 5, o pequeno Michael impressionava pela capacidade vocal

postado em 26/06/2009 10:00

Sediada em Detroit, a gravadora Motown se divulgava como a produtora do ;som jovem da América;. E durante boa parte dos anos 1960, de fato, eles foram o que propagavam. Com a aproximação do fim da década, no entanto, seus artistas já não soavam assim tão joviais. Berry Gordy, fundador, presidente e diretor artístico da gravadora precisava urgentemente de uma novidade que lhe ajudasse a trazer de volta os bons tempos. Ele precisava de um grupo como o Jackson 5.

Lançados na virada 1969 para 1970, os quatro primeiros compactos dos irmãos Jermaine, Marlon, Jackie, Tito e Michael Jackson chegaram rapidamente ao topo das paradas de pop e rhythm and blues. Músicas como I want you back, ABC e I;ll be there foram sucessos estrondosos e abriram caminho para uma trajetória que duraria até 1976 quando, cansados das imposições artísticas de Gordy, trocaram a Motown pela Epic e se viram obrigados a mudar seu nome para The Jacksons.

A explicação para o sucesso dos irmãos é simples. Todos eram extremamente carismáticos, ótimos cantores e dançarinos. Profissionais exemplares. No repertório, canções pegajosas no estilo soul e R (produzidos por Gordy e sua equipe), com letras geralmente sobre relações amorosas, conseguiam atrair um público de todas as idades, negros e brancos (outro trunfo para os Estados Unidos da época). Mas o grande diferencial era mesmo Michael, que, com 11 anos recém-completados em 1970, já estava à frente do grupo. O menino tinha uma capacidade vocal impressionante e uma incrível habilidade de mimetizar suas influências, como James Brown. A banda era tão querida que virou todo tipo de produto ; até uma série em desenho animado.
[SAIBAMAIS]


Filhos de Katherine e Joe, a prole Jackson (que, além dos cinco cantores, era composta pelo irmão mais novo, Randy, e as meninas Latoya e Janet) nasceu e foi criada na cidade de Gary, estado de Indiana. O patriarca descobriu o talento de seus meninos quando os mais velhos pegaram, escondidos, seu velho violão e começaram a arranhar algumas canções. Papai Joe logo notou que eles levavam jeito para a coisa. Em pouco tempo, estavam dividindo o tempo da escola com os frequentes ensaios dirigidos pelo pai. Joe era rígido, exigente, linha dura. Anos depois, seria acusado de ter um comportamento abusivo com os filhos ; apelando, inclusive, para a agressão física.

O fato é que o Jackson 5 estava ganhando um concurso de talento atrás do outro. Assinar contrato com gravadora foi questão de tempo. Gordy enxergou um potencial ainda maior em Michael e Jarmaine e lançou, paralelamente à carreira do grupo, discos solos dos dois. Livres das amarras da Motown, já como The Jacksons, os irmãos, a princípio, não conseguiram o mesmo sucesso de antes. Foi com o disco Destiny, de 1978, que eles voltaram com tudo e emplacaram hits como Blame it on the boogie e Shake your body (down to the ground). O sucesso do álbum encorajou Michael a se arriscar mais uma vez sozinho. Escolado como músico, letrista e performer ; e contando com a preciosa ajuda do produtor Quincy Jones ; ele lançou, em 1979, o clássico Off the wall.

O cantor se reuniria com os irmãos mais uma vez, no ano seguinte, para um último disco com eles, Triumph. O álbum e seu single, Can you feel it, foram bem nas paradas, mas eclipsados pelo LP de Michael do ano anterior. Voltar para os Jacksons estava fora de questão. Michael Jackson, daquele dia em diante, tinha à frente um outro objetivo (quisesse ele ou não): conquistar o mundo como o maior popstar de todos os tempos.


Jackson 5 em Brasília
Parece incrível, mas o Jackson 5 esteve em Brasília em 22 de setembro de 1974, em apresentação única no Ginásio de Esportes. A turnê brasileira, que trazia um ;sexto; Jackson (o percussionista Steve Randall Jackson, o Randy), incluía shows em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Brasília era a penúltima parada, segundo o Correio, da ;comitiva de 18 integrantes e seis toneladas de aparelhagem importada pela firma Koski-Ellis-Stein da Inglaterra;.

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