No site oficial do ídolo, uma tela vermelha com a imagem de Michael Jackson no auge da carreira. Na foto, a pose que era considerada sua marca registrada: braço direito estendido, mão esquerda no peito. No topo da página, apenas a frase: o rei do pop. Na internet, os fãs brasileiros encheram os fóruns e as comunidades do orkut com homenagens ao ídolo. Muitos não conseguiam acreditar na morte do "rei do pop" e pediam informações a cada minuto. Quando a confirmação chegou, as mensagens de agradecimento e despedida se multiplicaram.
Agnaldo Carneiro dos Santos, 41 anos, relembrou ontem a adolescência, época em que as músicas Billie Jean e Thriller não saíam da vitrola. Recordou os desenhos do Jackson 5 que passavam na TV quando ele era criança. Lembrou-se do disco de vinil que ainda tinha, guardado em algum lugar de casa. Ele soube da morte de Michael Jackson na internet. O choque foi grande. Comentou a notícia com os colegas de trabalho, em uma escola de Taguatinga, e com outros internautas. "Ele era um mito, um fenômeno, uma estrela. Não era um artista normal que veio apenas fazer parte da cultura de massa", diz o assistente administrativo.
Pelo telefone
A notícia para uma fã demorou a chegar. Os amigos mandaram mensagens pelo celular avisando que o ídolo Ana Carolina Ferreira, 25 anos, tinha sofrido uma parada cardíaca. Ela preferiu não acreditar. Sem internet em casa, soube por telefone da morte do cantor que acompanhou por tantos anos. Não conseguiu conter o choro e desabafou: "Não pode ser. Não consigo acreditar. Eu ainda acho que ele vai sair dessa, se recuperar, fazer os shows em Londres e ter muito sucesso de novo".
[SAIBAMAIS]Quando tinha 9 anos, a zootecnista, que recentemente trocou Brasília por Salvador, vendeu quase todos os brinquedos para poder ir ao show de Michael Jackson, que na época iria tocar no Brasil. Aos 19 anos, resolveu fazer a primeira tatuagem: o desenho escolhido foi o símbolo oficial do ídolo MJ, feito na perna direita. Logo depois, resolveu escrever uma biografia do cantor americano. "Comecei a escrever porque percebi que, apesar de o Michael ser muito popular, as pessoas se espantavam que eu fosse superfã dele", diz. Relatou tudo o que sabia, da época dos Jackson 5, da infância difícil, a fama e os escândalos. Não publicou, imprimiu algumas cópias e distribui para os amigos.
Para Ana Carolina, Michael Jackson não será eternizado apenas na tela do seu computador, mas na história da música. A morte precoce do ídolo não tem razão de ser para a fã. "Acho que daqui a muito tempo vão parar de falar do tamanho do nariz dele, das plásticas, dos escândalos. Vão pensar apenas na obra que ele fez como o rei do pop. Ele é como Elvis: vai ficar para sempre".