;As novas tecnologias no combate ao uso abusivo de substâncias tóxicas podem ajudar com eficiência a população por meio de parceria entre o Estado e o setor privado;, afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Precisamos continuar avançando nesse processo de modernização, o Estado e a sociedade ao mesmo tempo. O que vemos é a implantação de uma política pública baseada nos avanços tecnológicos que asseguram a saúde e a segurança à população", disse.
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Conhecido pelo posicionamento a favor da descriminalização das drogas, FHC justificou o apoio à obrigatoriedade do exame toxicológico para caminhoneiros. Em sua segunda participação na discussão ; a primeira foi no Rio de Janeiro, há pouco mais de seis meses ; ele garantiu que sua atitude não é contraditória, pois é preciso combater e regular de maneira efetiva a questão das drogas no país. ;De lá para cá, os progressos foram significativos. Hoje, os resultados mostram que trata-se de um processo em marcha;, relembrou.
Sem proibição
Ele acredita que o motivo é o foco equivocado. ;Em vez de combater o uso, estão combatendo a produção. Enquanto houver uso, a regra do mercado impera e o lucro vai ser muito grande. Assim, sempre vai ter quem queira produzir;, justificou. Para ele, deveria ser feito com as drogas o mesmo que ocorreu com o cigarro: regulação, controle e educação. Sem proibição. "Proibir não resolve. A droga no país é livre, na mão do traficante. O acesso é fácil. Não há incoerência em defender políticas diferentes quanto às drogas;, afirmou o ex-presidente.
No entender dele, o exame toxicológico faz parte do processo da luta inteligente contra o uso de drogas. ;O uso de novas tecnologias está mostrando que temos que nos adaptar a essa nova realidade. Por razões de segurança e de saúde pública;, disse Fernando Henrique. ;Não sou incoerente ao pregar uma mudança no enfoque da luta contra as drogas. Temos que entender o problema e buscar a solução que seja desejável para a maioria. Temos que transformar aquilo que é necessário em possível;, concluiu.
"Melhor resultado são as vidas salvas"
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, comemorou os resultados positivos de um ano da implementação do teste toxicológico. Contudo, ressaltou a responsabilidade do Estado de tentar descobrir novas ferramentas para aprimorar, cada vez mais, a segurança no trânsito. ;O melhor resultado são as vidas preservadas. É isso que nos leva a buscar novas soluções para preservar vidas no trânsito;, disse. E completou: ;A educação no trânsito não é uma função só do Estado. É também das famílias, das escolas, é uma compreensão coletiva;.
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Para o ministro, os números apresentados no balanço de um ano da obrigatoriedade do exame toxicológico são importantíssimos. ;Não são só 14 mil condutores que foram pegos no resultado positivo ao longo desse ano. Os números mais relevantes são os dos que deixaram de renovar suas carteiras. É onde se vê o impacto da tecnologia na segurança do trânsito, no orçamento brasileiro e na saúde pública;, justificou.
O ministro comparou a resistência inicial ao teste toxicológico com a obrigatoriedade de uso do cinto de segurança e a necessidade de trafegar com faróis acesos nas rodovias federais. ;Toda novidade gera uma certa resistência. Mas quando os resultados mostram que as mudanças são importantes para a sociedade, os novos hábitos são incorporados com naturalidade na vida coletiva;, destacou.
Mais que os números que foram divulgados no balanço de um ano de obrigatoriedade do teste toxicológico, Araújo acredita que o motivo de comemoração é a decisão acertada do Estado de usar a nova tecnologia para garantir um trânsito mais seguro.