A vacina para covid-19, pesquisada pela Universidade de Oxford, não causa muitos efeitos secundários em pacientes e é eficaz para estimular a produção de anticorpos e células T contra o novo coronavírus. Pelo menos é o que apontam os resultados preliminares de um estudo divulgado nesta segunda-feira (20/7) na revista científica The Lancet.
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Detalhes sobre o estudo de Oxford
No caso dos resultados divulgados no artigo da The Lancet, os anticorpos estimulados nos pacientes atingiram o número máximo a partir do 28º dia depois de receber o tratamento e continuaram no mesmo patamar até o 56º. Análises feitas com um sub-grupo de 10 pessoas também indicaram que uma segunda dose poderia trazer resultados ainda melhores.
Os cientistas analisaram dados de 1.077 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos, que não haviam contraído a doença, além de comparar os resultados com um grupo controle vacinado contra malária. Alguns dos participantes apontaram efeitos colaterais, como fadiga – em 70% dos casos – e dor de cabeça (68%). Mas os relatórios apontam que eles podem ser reduzidos com o uso de medicamentos comuns, como paracetamol.
A idade média dos participantes é de 35 anos, sendo que aproximadamente a metade era do sexo feminino e a outra metade, masculino. A maior parte dos voluntários do estudo (cerca de 90%) foi formada por pessoas brancas. De acordo com o relatório, essas características, junto ao curto período de acompanhamento dos pacientes, estão entre as limitações do estudo.
De qualquer forma, o artigo aponta que mais testes são necessários para que a eficácia seja permanentemente comprovada. Por isso, os autores do estudo seguem com a pesquisa – inclusive aplicando a vacina em idosos. Outra etapa prevê o teste da vacina em crianças, depois de provada sua segurança em adultos.
Capacidade de produção
Segundo o acordo firmado para que o Brasil fosse parte da peqsuisa, a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca vão enviar ao país pouco mais de 30 milhões de doses que devem ser administratadas, ainda na fase de teste, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ao custo total de U$ 127 milhões. Encerrado o período de estudos, devem ser produzidas mais 70 milhões de doses no país,ao custo de U$ 2,30 por dose, totalizando 100 milhões de vacinas no Brasil.