Ciência e Saúde

Obesidade está entre comorbidades que aumentam danos causados pelo Covid-19

Segundo a médica, sozinha, a obesidade já é um grande problema para o sistema imunológico

Os especialistas destacam que grande parte das comorbidades que aumenta os danos provocadas pela Covid-19 também está relacionada à obesidade, como o diabetes tipo 2. Cristiane Moulin, endocrinologista da clínica Metasense, em Brasília, explica como a combinação desses problemas prejudica o organismo contra invasores diversos, como bactérias e vírus.

“As doenças crônicas provocam, em termo leigo, um desgaste imune. Elas debilitam e fazem com que as células não funcionem de modo correto. No caso do diabetes, os neutrófilos, importantes no sistema imune, são mais defeituosos, e sua capacidade de se locomover para locais inflamatórios é reduzida.Também fica prejudicada a atividade bactericida, a capacidade de matar bactérias, outro ponto importante na defesa do corpo.”

Segundo a  médica, sozinha, a obesidade  já é um grande problema para o sistema imunológico. “Ela está relacionada a um maior grau de inflamação. Temos muitos trabalhos que já mostram como a obesidade influencia a resposta imune inata e a adaptativa do organismo”, diz. Cristiane Moulin pontua que países com maiores taxas de obesidade têm enfrentado altas taxas de mortalidade na atual pandemia. “Vemos muito isso nos Estados Unidos, por exemplo, em que há um grande número da população, em todas faixas etárias, com excesso de peso”, ilustra.

A médica lembra, ainda, que pacientes que sofrem com essas comorbidades precisam tomar os cuidados gerais indicados por especialistas, como os de higiene, além de se manter saudável mesmo com a existência das doenças crônicas. “Tenho lembrado meus pacientes que o mais importante é manter essas enfermidades controladas, como monitorar a glicemia, cuidar bem da dieta, manter as atividades físicas e tomar o medicamento corretamente. Com isso, é possível fortalecer o sistema imune.” (VS)


Proteção dupla
O sistema que protege o organismo é dividido em dois tipos. Um deles, a imunidade inata ou natural, trabalha na linha de frente, com moléculas e células que estão presentes em todos os indivíduos. O segundo tipo é a resposta adquirida ou adaptativa, que é acionada quando há contato com agentes infecciosos e aumenta a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor.


“O mais importante é manter essas enfermidades controladas. (... ) Com isso, é possível fortalecer o sistema imune”
Cristiane Moulin, endocrinologista da clínica Metasense