Pesquisadores australianos conseguem explicar pela primeira vez como ocorre a recuperação das pessoas infectadas pelo novo coronavírus. O estudo publicado na Nature Medicine mostra que o sistema imunológico dos pacientes age da mesma forma de quando está infectado com um vírus influenza, ou seja a gripe comum.
Saber disso é importante para que seja possível o desenvolvimento de uma vacina para a doença que já matou mais de sete mil pessoas no mundo. No Brasil já são seis mortes confirmadas.
Cerca de 80 mil pessoas conseguiram se recuperar do vírus, inclusive o primeiro brasileiro infectado. A doença ainda não tem um remédio específico para o tratamento. De acordo com os pesquisadores isso indica que o sistema imunológico humano é capaz de se recuperar da doença.
A pesquisa australiana acompanhou uma mulher infectada em Wuhan, epicentro da pandemia na China, e tratada em Melbourne. A paciente não estava no grupo de risco, tem 47 anos e não apresenta doenças anteriores. Ela demorou 14 dias para se recuperar.
Segundo a pesquisa, três dias antes da recuperação começaram a aparecer as mesmas células que aparecem quando pacientes estão se recuperando de gripe comum. Porém, os cientistas ainda não sabem porque o grupo de risco não tem a mesma evolução na mesma proporção.
A professora chefe do laboratório, Katherine Kedzierska, comemorou os resultados em entrevista à SBS News. "Embora o Covid-19 seja causado por um novo vírus, em uma pessoa saudável, podemos gerar uma resposta imune robusta em diferentes tipos de células. Este é um passo importante para entender o que impulsiona a recuperação. Agora podemos fazer pesquisas para entender o que está faltando ou o que é diferente em pacientes com resultados fatais de doenças", explicou.
Embora os resultados sejam comemorados, o governo da Austrália informou que uma vacina deve demorar ao menos um ano para ser feita.