Para chegar à conclusão, a equipe liderada por Stephen Midway, professor do Departamento de Oceanografia e Ciências Costeiras da universidade norte-americana, analisou dados de ataques ocorridos entre 1960 e 2015 em 14 países. Com isso, chegou também à lista de países onde os incidentes são mais comuns: Estados Unidos, Austrália e África do Sul.
[SAIBAMAIS]Segundo Midway, o aumento no número de ataques não se deve a uma maior agressividade dos tubarões, estando ligado, na verdade, ao aumento populacional e do turismo em regiões costeiras. "Com o desenvolvimento ao longo da costa e das comunidades praianas, mais residentes e turistas frequentam essas águas. Com mais pessoas na água, as chances de um ataque de tubarão aumentam", resume, em um comunicado à imprensa emitido pela LSU.
O cientista, no entanto, ressalta que as chances de uma pessoa sofrer um ataque ou morrer caso seja o alvo de um tubarão continuam muito baixas. Como exemplo, ele cita os números referentes à costa dos Estados Unidos nos 55 anos analisados no estudo. Entre 1960 e 2015, foram registradas 1.215 ocorrências no país. Dessas, apenas 24 foram fatais ; uma delas vitimou o brasileiro Arthur Medici, 26 anos, no ano passado.
Ainda de acordo com o cientista, a grande maioria dos ataques provocou ferimentos comparáveis a mordidas de cachorro. Foi o que aconteceu com um surfista de 31 anos atacado este mês em Fernando de Noronha (PE). O esportista acabou com ferimentos superficiais na face, pescoço e orelha.
Preservação
Os pesquisadores acreditam que o levantamento ajuda a desmistificar o perigo representado por tubarões e a conhecer melhor o comportamento desses animais, o que ajuda nos programas de preservação.
"As pessoas costumam demonizar tubarões porque eles são incontroláveis e vivem em um ambiente que não é nativo para nós", afirma George Burgess, coautor no estudo. "Gostaríamos que as pessoas soubessem que esses ataques de tubarão, quando ocorrem, devem ser postos dentro de uma perspectiva. Esse estudo nos ajuda a olhar para o fenômeno de forma mais ampla", completa.
"As pessoas costumam demonizar tubarões porque eles são incontroláveis e vivem em um ambiente que não é nativo para nós", afirma George Burgess, coautor no estudo. "Gostaríamos que as pessoas soubessem que esses ataques de tubarão, quando ocorrem, devem ser postos dentro de uma perspectiva. Esse estudo nos ajuda a olhar para o fenômeno de forma mais ampla", completa.