Causada por bactéria, a sífilis é uma das mais preocupantes infecções sexualmente transmissíveis, principalmente devido às suas complicações ; entre elas, a sífilis congênita (da mãe para o filho) e o comprometimento do sistema neurológico. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, a doença apresentou um aumento de 27,9% nos casos de 2015 para 2016. Entre as gestantes, o crescimento dos episódios foi de 14,7%. As infecções por sífilis congênita subiram 4,7%.
Com foco no problema, o Correio Braziliense promove, na próxima quinta-feira, o Correio Talks: infecções sexualmente transmissíveis e os desafios ao combate à sífilis no Brasil. O evento, com a participação de especialistas, terá o objetivo de dialogar sobre a importância do conhecimento e da prevenção da infecção e reforçar a necessidade de diagnóstico precoce e do tratamento. A conversa é aberta ao público e começa às 14h, no auditório do jornal. As inscrições podem ser feitas gratuitamente no site.
;Muitas pessoas ainda acham que essas doenças não existem mais, ou não sabem bem como se prevenir;, diz Valéria Paes, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal e convidada do evento. De acordo com ela, é necessário alertar a população que esse é um problema de saúde pública importante. ;A captação de casos pelos sistemas de vigilância epidemiológica é facilitada porque o diagnóstico vem por meio do exame laboratorial de sorologia para sífilis. No entanto, outras IST, como HPV, gonorreia e cancro também são frequentes. Todas estão relacionadas à redução do uso de preservativos, e temos que nos aprofundar em saber por que isso está acontecendo.;
O Correio Talks contará também com a presença da diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken; e da consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Eliana Bicudo.
De acordo com o Ministério da Saúde, as ISTs são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. A terminologia substitui a expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir um vírus ou bactéria, mesmo sem estar necessariamente doente. O atendimento e o tratamento são gratuitos no Sistema Único de Saúde.
O evento no Correio faz parte do calendário de atividades do Dezembro Vermelho, mês marcado pela Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/Aids e a outras infecções sexualmente transmissíveis. O objetivo é prevenir e dar assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas infectadas, com atividades e mobilizações, como a iluminação de prédios públicos com luzes vermelhas.