Os ataques de orcas a baleias-jubarte aumentaram nos últimos anos, quando um em cada cinco filhotes foi mordido, afirmou nesta terça-feira (6) o Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais (STRI), com sede no Panamá.
"As cicatrizes que foram observadas principalmente nos rabos das baleias-jubarte são, em muitos casos, resultado de encontros com orcas, conhecidas também como ;baleias assassinas;", assinala o STRI em comunicado.
Segundo essa entidade, um estudo recente publicado na revista científica Endangered Species Research apresenta a análise das cicatrizes em mais de 3.000 rabos de baleias-jubarte. Os resultados do relatório "indicam que os ataques a estes gigantes podem estar aumentando".
Do grupo analisado, 11,5% das baleias adultas e 19,5% dos filhotes mostravam cicatrizes de mordidas de orcas.
As orcas podem se alimentar de mais de 20 espécies diferentes de peixes, aves marinhas e cetáceos, entre eles lobos-marinhos. Os pesquisadores concluíram que os animais jovens "são o alvo preferido das orcas", diz o STRI.
Os cientistas consideram que as orcas atacam principalmente as crias durante o período de reprodução nos trópicos e durante a sua primeira migração.
"Acreditamos que os ataques das orcas às baleias-jubarte podem ser mais comuns agora", indicou Juan Capella, autor e biólogo marinho da organização científica Whalesound no Chile.
Esse aumento pode ser devido "à recuperação das populações reprodutoras no sudeste do Pacífico após a proibição da caça dessas baleias", acrescentou Capella.
A equipe de cientistas estudou fotos de baleias coletadas desde 1985 em áreas de reprodução tropicais e pouco profundas das Ilhas Pérola no Panamá, Ilha Gorgona e Baía de Málaga na Colômbia, e Salinas e Machalilla no Equador.
Também estudaram as áreas de alimentação em águas frias do Estreito de Magalhães, no Chile, e do Estreito de Gerlache, na Península Antártica Ocidental.