Ciência e Saúde

WWF: população de vertebrados cai 89% nas Américas do Sul e Central em 44 anos

Relatório aponta que redução no número de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios é de 60% em nível global; ONG reivindica 'Acordo de Paris para a Natureza'

Agência Estado
postado em 30/10/2018 13:00

Zoologico de Brasilia. Elefante Belinha

A nova edição do relatório "Planeta Vivo", lançado nesta quarta-feira (30/10), aponta que a população mundial de animais vertebrados diminuiu 60% de 1970 a 2014. Elaborado pela organização ambientalista WWF, o estudo aponta que a redução chega a 89% entre as espécies que habitam as Américas do Sul e Central.

O relatório analisou a situação de 16.704 populações de 4.005 espécies de vertebrados entre 1970 e 2014. Segundo o estudo, o índice de extinção é mais acelerado em cinco grandes grupos: aves, mamíferos, anfíbios, corais e cicadáceas (tipo de plantas datadas do período pré-histórico).

Dentre as populações que sofreram maiores perdas, está a dos animais de água doce, que tiveram uma queda de 83% da população. Já o Índice de Habitats de Espécie para mamíferos caiu 22% de 1970 a 2010, número que chega a 60% no Caribe. O número de elefantes da zona de Selous-Mikumi, na Tanzânia, por exemplo, caiu 66% de 2009 a 2014. Desde 1976, a redução é de 86%.

Outro exemplo é o número de coalas, que caiu de 326,4 mil, em 1990, para 188 mil, em 2010, uma redução de 42%. O principal motivo é o desmatamento da região central da Austrália, onde se concentra a maior parte das espécimes.

Também caiu de 81,6%, em 1970, para 78,6%, em 2014, o Índice de Intensidade da Biodiversidade (BII), que estima a permanência da biodiversidade original de cada região. Segundo a WWF, o impacto real pode ser maior, pois a estimativa não incorpora os efeitos das alterações climáticas e os impactos da mudança do uso da terra.

"A situação é verdadeiramente ruim, o que já dizemos há algum tempo, mas ela não deixa de piorar. Se tem colocado muita atenção no clima unicamente. Mas esquecemos dos outros ;sistemas; (bosques, oceanos, etc), que estão interconectados com e clima e que são muito importantes para a conservação da vida na Terra", declarou Marco Lambertini, diretor-geral da WWF, à agência AFP.

Ao divulgar o relatório, a organização defende a criação de um "Acordo de Paris para a Natureza". "É necessário um conjunto de ações coletivas, juntamente com um roteiro para metas, indicadores e métricas para reverter a perda de natureza, incluindo, por exemplo, cenários para mudanças no uso da terra, mudanças na dieta, colheita sustentável, bem como abordagens tradicionais de conservação, como áreas protegidas", diz o texto divulgado pela ONG. (Com agências internacionais)

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