Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Bombardeio da 2ª Guerra foi sentido nos limites do espaço sideral

Impacto dos confrontos afetou área a mais de mil quilômetros, nos limites do espaço sideral

Bombardeios lançados pelas Forças Aliadas durante a 2; Guerra Mundial foram tão intensos que chegaram a ser sentidos na alta atmosfera terrestre, já nos limites do espaço sideral. Estudo publicado nesta terça-feira, 25, na revista da União Europeia de Geociências revela que o impacto foi registrado a mais de mil quilômetros, já nos confins da ionosfera.

O objetivo original da pesquisa era entender como fenômenos naturais vindos da Terra, como erupções vulcânicas e terremotos, afetavam a alta atmosfera do planeta. "As imagens de bairros inteiros devastados pelos ataques aéreos são uma forma de lembrar do poder destrutivo de explosões provocadas pelo homem", afirmou, em nota oficial, o especialista em espaço e ciências atmosféricas, Chris Scott. "Mas o impacto dessas explosões nos limites da atmosfera nunca tinha sido percebido até agora."

No novo estudo, os pesquisadores analisaram os registros diários das frequências de ondas coletadas entre 1943 e 1945 no Reino Unido e constataram que elas chegaram a mais de 300 quilômetros acima da superfície terrestre, na ionosfera. Atualmente se sabe que o que ocorre na camada mais externa da atmosfera é capaz de afetar tecnologias modernas, como comunicações por rádio, sistemas de GPS, telescópios e radares. Os pesquisadores, no entanto, não sabem dizer o impacto dessas explosões nas comunicações por rádio na 2.; Guerra.

Danos


"Tripulações envolvidas nos ataques aéreos relataram danos a aeronaves pelas ondas de choque das bombas, a despeito do fato de estarem respeitando a distância recomendada", contou o professor Patrick Major, da Universidade de Reading, no Reino Unido, coautor do estudo. "Pessoas que viviam em locais bombardeados relatam terem sido lançadas pelo ar, por pressão das ondas provocadas pela explosão de minas; esse impacto sem precedentes dos ataques ajudou os cientistas a questionar o alcance na atmosfera." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.