Ciência e Saúde

Pesquisa aponta que 50% das crianças com autismo sofrem de ansiedade

Aproximadamente 70% das crianças com autismo enfrentam algum tipo de problema emocional

postado em 12/06/2018 06:00
Ilustração sobre autismo

Um estudo da Faculdade de Saúde da Universidade de York mostra que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar crianças com autismo a lidar não apenas com ansiedade, mas com outros desafios emocionais, como tristeza e raiva. Liderada por Jonathan Weiss, professor-associado do Departamento de Psicologia da instituição, o trabalho mostra que esse tratamento é capaz de levar a melhorias significativas na regulação do emocional dos pequenos.

Aproximadamente 70% das crianças com autismo enfrentam algum tipo de problema emocional. Cerca de metade sofre de ansiedade, e de 25% a 40% lidam com outras questões, como raiva e depressão. De fato, há uma grande comorbidade dessas condições. ;Podemos usar a mesma intervenção para incrementar as habilidades das crianças de forma mais ampla, independentemente do desafio emocional que elas têm. Podemos fazê-las mais resilientes a muitas questões emocionais e mentais;, diz Weiss.

No estudo, o primeiro do tipo, 68 crianças de 8 a 12 anos e seus pais, especialmente as mães, foram divididas aleatoriamente em dois grupos: um recebeu 10 sessões logo no início, e o outro esperou para ter o tratamento. Os cientistas investigaram as emoções e os comportamentos dos voluntários. ;Nós mostramos que crianças que receberam esse tratamento de início melhoraram a habilidade de gerenciar as emoções e de lidar, de forma geral, com seus problemas de saúde mental;, diz o pesquisador. Um clínico não envolvido diretamente na intervenção constatou melhora de 74% no primeiro grupo, e de 31% no segundo.

No tratamento, as crianças tiveram acesso a jogos e ferramentas para reagir diante de situações desafiadoras. Durante a intervenção, os pais também praticaram o que estavam aprendendo com os filhos. ;Acreditamos que crianças crescem, desenvolvem e melhoram dentro do contexto de famílias saudáveis, e essa intervenção ajuda as famílias a serem o agente de mudança;, afirma Weiss.

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