Acupuntura, homeopatia, yoga, reiki... Quem já ouviu falar nessas práticas, pode não saber há quanto tempo elas estão inseridas na sociedade. Desde os primórdios, as técnicas alternativas de saúde existem e, com o passar dos anos, com estudos, evoluíram e se tornaram ainda mais efetivas na saúde do homem. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2006, uma lista de terapias alternativas gratuitamente. Neste mês, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, integrou mais modalidades ao pacote. Na prática, quem implementará as novidades nos postos de saúde de cada estado ou município serão as Secretarias de Saúde de cada local.
No DF, algumas dessas terapias estão disponíveis há tempos, mas o serviço ainda é pouco conhecido. As novas práticas, assinadas recentemente pelo ministro da Saúde, ainda não têm data para serem inseridas ao cronograma regional. A gerente de Práticas Integrativas Complementares (PICS), Mariane Borges, diz que a ideia é despertar nas pessoas o sentimento de autocuidado terapêutico. "Elas visam a prevenção, promoção e recuperação da saúde com ênfase no desenvolvimento do vínculo terapêutico, promovendo uma visão ampliada do processo saúde-doença", explica Mariane.
Até então, havia cinco terapias complementares disponíveis no SUS: acupuntura, fitoterapia, termalismo, homeopatia e medicina antroposófica. Em 2017, foram anexadas mais 14 práticas: yoga, reiki, meditação, arteterapia, ayuverda, biodança, dança circular, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropaxia, reflexoterapia, shantala, e terapia comunitária e integrativa. Com a assinatura do ministro da saúde, mais dez opções foram integradas: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.
Professora do departamento de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB), Paula Martins Mello comenta que esses tratamentos enfatizam o autocuidado e autorresponsabilidade, uma vez que eles entendem o corpo como um todo e não em partes separadas. "A abordagem das práticas integrativas em saúde, enquanto racionalidade médica, como a medicina tradicional chinesa, a antroposofia e o ayurveda, vão considerar, também, os aspectos emocionais que geram esse desequilíbrio, além de considerar o corpo sutil, aquele não podemos tocar, mas por onde corre nosso fluxo energético que gera a saúde nos órgãos e tecidos", explica a especialista. Paula ressalta que esses recursos terapêuticos têm evidências científicas. "O yoga e a meditação estão sendo estudadas nas melhores universidades do mundo, como Harvard (EUA), e sendo aplicadas no Hospital Albert Einstein", complementa.
O Centro de Saúde do Lago Sul disponibiliza acupuntura, homeopatia e tai chi chuan. Há 11 anos, a professora e homeopata Silvia Bicudo formou um grupo de Tai Chi na unidade e, segundo ela, a modalidade é uma forma de exercitar o corpo e a mente dos pacientes. Com aulas às terças e quintas, sempre às 8h30, Silvia diz que o serviço é levado tão a sério que, mesmo quando ela entra de férias, alguém a substitui na função. Tudo para não deixar os alunos desamparados. "Eu não deixo de dar uma aula, porque sei que é muito importante, não só para eles, mas para mim também", diz.
O aluno mais experiente da turma da professora Silvia chama-se Nabor Júnior, 87 anos. Ex-parlamentar do Acre, ele está há mais de dez anos com o grupo. Nabor conta que a prática o ajuda muito em seu vigor físico. "Poderia ser mais massificado, ter em todos os postos de saúde para todos terem maior acesso", pede. A aposentada Ana Maria Helt diz que começou a participar do grupo há 9 meses, por indicação de sua endocrinologista, e naõ se arrepende. "Ela me questionou se eu fazia algum exercício físico, eu disse que não. Então ela falou para eu fazer pilates e tai chi chuan. Cada vez me sinto melhor com meu corpo", conta.
Horários e locais
Ficou interessado? Antes de mais nada, é importante verificar quais postos de saúde oferecem determinados tratamentos. A Secretaria de Saúde do DF mantém atualizados os locais e horários que oferecem as práticas. O primeiro passo é aos novos adeptos das terapias alternativas é procurar o posto de saúde mais próximo da sua casa e se progamar.
Terapias como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, reiki e antropofasia necessitam de prescrição médica e só ocorrem com consulta com hora marcada. Já para a prática de tai chi chuan, meditação, musicoterapia, shantala, arteterapia, automassagem, dança senior, hatha yoga e lian gong, não há necessidade de prescrição médica. Somente verificar o local e horário da prática.
*Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli