O atendimento à saúde na rede pública do Distrito Federal (DF) vai passar por mudanças, com a adoção de um modelo único na atenção primária, que define novas especialidades para a estratégia Saúde da Família. As mudanças foram detalhadas nesta segunda-feira (18/12) pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca.
Uma das mudanças, conforme a Portaria 74, publicada no dia 14 de dezembro, é a exigência de que o profissional que pretende trabalhar como médico de família na rede pública do DF, tenha residência médica concluída ou título de especialista em medicina de família. Antes a única exigência era a formação em medicina. Outra novidade na área de saúde é a criação da especialidade de enfermeiro de família e comunidade, também para trabalhar nas equipes de família.
Além disso, foram criadas carreiras de enfermagem obstétrica e de medicina paliativa. Foi anunciada também uma alteração na carreira de técnicos em enfermagem, que permite que estes possam conduzir os veículos da Secretária de Saúde. ;Nós queremos, agora, investir em qualidade. Agora teremos médicos especialistas em saúde de família, o que causa uma grande diferença na qualidade da assistência;, disse Fonseca.
Sobre o cargo de enfermeiro obstétrico, o secretário explicou que a especialidade foi criada para trazer qualidade para o parto, humanização, e acolhimento para as gestantes. Para Fonseca, o novo modelo é benéfico tanto para as gestantes quanto para a população.
Quanto à criação da especialdade de médico paliativo, o secretário explicou que o objetivo é cuidar de pacientes com doenças crônicas, que muitas vezes levam a óbito.
"A ideia é exigir a formação específica para aumentar a qualidade do nosso cuidado. Hoje discute-se, no país inteiro, que a medicina paliativa diminui os gastos com recursos públicos. Esse profissional ajuda a oferecer qualidade para pessoas com doenças crônicas. Sabe-se que atualmente há muitos pacientes em leitos de UTI [unidade de terapia intensiva] que poderiam estar em casa, em tratamento com mais qualidade e com menos recursos gastos pela gestão pública", afirmou Humberto Fonseca.
De acordo com a Secretaria de Saúde, haverá um aumento de 15% a 17% a mais na cobertura da atenção primária no DF, com as novas especialidades. Só este ano, o aumento ficou entre 30% e 50%. As novas equipes trabalharão no acompanhamento do caso dos pacientes de forma mais próxima, para que eles não tenham que recorrer à emergência dos hospitais.
O secretário informou que já foi deliberada a contratação de servidores públicos para as especialidades que foram criadas e também para a reposição das que estão sem médicos.
Segundo Fonseca, a secretaria deve lançar, no início de 2018, concurso público com vagas para as novas especialidades. "Ainda não sabemos a quantidade de vagas que serão abertas. Porém, esperamos que, para médico de família, tenhamos pelo menos 20 vagas, o necessário para completar as equipes de saúde da família para finalizar o processo de conversão."