Nesse rumo, de acordo com as Nações Unidas, é ;muito provável; que haja aumento da temperatura de pelo menos 3;C até 2100. O cenário pode se tornar ainda mais grave caso os Estados Unidos sustentem a intenção declarada de deixar o Acordo de Paris em 2020, alerta o estudo. ;Ainda falta muito esforço a ser feito, por isso o que o relatório apresenta um apelo para que, até 2020, quando vai ocorrer a primeira revisão das metas, elas sejam fortalecidas para a gente diminuir essa distância entre as propostas fixadas pelos países e a meta global;, destaca Azevedo, que antecipa que, ;se a gente não der mais ambição para essa metas, estaremos numa situação ruim;.
Dióxido de carbono
Nesse contexto, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou boletim ontem (30) que mostra que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera bateu recorde neste ano, chegando a 403,3 partes por milhão (ppm).
O relatório apresenta formas práticas de envolver diversos agentes, inclusive municípios e setor privado, no esforço de reduzir as emissões em diferentes setores, por meio de ações como adoção de energia solar e eólica, desenvolvimento de carros de passageiros eficientes e reflorestamento.
Esses agentes também podem contribuir com o fim do desmatamento, a eliminação do uso e produção de hidrofluorcarbonos ; produtos químicos usados principalmente em aparelhos de ar-condicionado, refrigeração e isolamento de espuma ; e reduzindo poluentes climáticos como o carbono preto e o metano.
Para a ONU, é preciso garantir investimentos para a adotação de tecnologias limpas. A organização calcula que o investimento de menos de US$ 100 por tonelada de CO2 evitado poderia economizar até 36 GtCO2e, a cada ano, até 2030.
Outro ponto que o relatório destaca é a necessidade de efetivação de mudanças na matriz energética. Evitar novas usinas a carvão e eliminar as já existentes é uma das recomendações das Nações Unidas nesse sentido. O relatório aponta que existem cerca de 6.683 usinas a carvão em funcionamento no mundo, com uma capacidade combinada de 1.964 gigawatt (GW).
Se essas usinas funcionarem até o final de sua vida útil sem se adaptar à Captura e Armazenamento de Carbono, de acordo com o estudo, elas vão emitir um total de 190 gigatonelada (Gt) de CO2.