Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Às vésperas da COP 23, ONU aponta riscos para efetivação do Acordo de Paris

Apesar da relevância do acordo, um estudo divulgado hoje (31), pela ONU Meio Ambiente afirma que o acordo está em risco


Nesse rumo, de acordo com as Nações Unidas, é ;muito provável; que haja aumento da temperatura de pelo menos 3;C até 2100. O cenário pode se tornar ainda mais grave caso os Estados Unidos sustentem a intenção declarada de deixar o Acordo de Paris em 2020, alerta o estudo. ;Ainda falta muito esforço a ser feito, por isso o que o relatório apresenta um apelo para que, até 2020, quando vai ocorrer a primeira revisão das metas, elas sejam fortalecidas para a gente diminuir essa distância entre as propostas fixadas pelos países e a meta global;, destaca Azevedo, que antecipa que, ;se a gente não der mais ambição para essa metas, estaremos numa situação ruim;.

Dióxido de carbono
Nesse contexto, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou boletim ontem (30) que mostra que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera bateu recorde neste ano, chegando a 403,3 partes por milhão (ppm).

O relatório apresenta formas práticas de envolver diversos agentes, inclusive municípios e setor privado, no esforço de reduzir as emissões em diferentes setores, por meio de ações como adoção de energia solar e eólica, desenvolvimento de carros de passageiros eficientes e reflorestamento.

Esses agentes também podem contribuir com o fim do desmatamento, a eliminação do uso e produção de hidrofluorcarbonos ; produtos químicos usados principalmente em aparelhos de ar-condicionado, refrigeração e isolamento de espuma ; e reduzindo poluentes climáticos como o carbono preto e o metano.

Para a ONU, é preciso garantir investimentos para a adotação de tecnologias limpas. A organização calcula que o investimento de menos de US$ 100 por tonelada de CO2 evitado poderia economizar até 36 GtCO2e, a cada ano, até 2030.

Outro ponto que o relatório destaca é a necessidade de efetivação de mudanças na matriz energética. Evitar novas usinas a carvão e eliminar as já existentes é uma das recomendações das Nações Unidas nesse sentido. O relatório aponta que existem cerca de 6.683 usinas a carvão em funcionamento no mundo, com uma capacidade combinada de 1.964 gigawatt (GW).

Se essas usinas funcionarem até o final de sua vida útil sem se adaptar à Captura e Armazenamento de Carbono, de acordo com o estudo, elas vão emitir um total de 190 gigatonelada (Gt) de CO2.