Este instrumento "facilitará ver os menores detalhes e processos nunca observados no nanomundo", disse à AFP Robert Feidenhans, presidente do conselho de administração da European XFEL. "As aplicações serão muitas. Isso vai da medicina à biologia, da química à ciência dos materiais", acrescenta. "Há uma forte concorrência entre pesquisadores para obter tempo de feixes de luz" à medida que a potência sobe, acrescenta.
3D e filmes
Este laser poderá levar a avanços em tratamentos de doenças, ao cartografar vírus, determinar defeitos de resistência de materiais de construção ou explicar os processos do núcleo da Terra. Concretamente, este laser, que é de quarta geração com seu acelerador linear (e não em anel), gera elétrons que são acelerados e esfriados com hélio a -271 graus Celsius. Sobem depois paulatinamente a altos níveis de energia. Os elétrons correm então através de onduladores cujos imãs os obrigam a efetuar um tipo de slalom bastante estreito. Emitem prótons, e o fenômeno se "autoamplifica".
Ao final, os pesquisadores dispõem de flashes de raios X muito curtos e muito intensos, que quando se encontram com a matéria produzem imagens de uma velocidade de obturação da ordem de um trilhésimo de segundo. Podem depois ser reunidas para produzir uma imagem 3D ou transformadas em filme.
O centro de pesquisa alemão DESY (Deutsches-Elektronen-Synchrotron), de Hamburgo, criador do projeto, implementou por sua vez um pequeno laser experimental de elétrons livres. Além de Alemanha e Rússia, Dinamarca, França, Hungria, Itália, Polônia, Eslováquia, Espanha, Suécia e Suíça financiaram o XFEL a níveis de entre 1 e 3%.