Os planetas foram identificados por meio de um aparelho chamado espectrógrafo HARPS, com tecnologia de alta sensibilidade, capaz de detectar as ondulações no movimento de Tau Ceti. Com cerca de 78% da massa do nosso Sol e 5,8 bilhões de anos, essa estrela localizada a cerca de 12 anos-luz de distância da Terra e visível a olho nu é muito parecida em tamanho e brilho com o Sol.
Estudos anteriores haviam identificado planetas vizinhos ao Sistema Solar, mas orbitando anãs vermelhas, consideradas frias em relação a outras estrelas. O que chama a atenção no trabalho liderado por Fabo Feng, pesquisador da Universidade de Hertfordshire, é que os planetas estão em áreas mais promissoras para a existência de vida. ;Nossa detecção é um marco na busca e na compreensão das ;habitabilidades; da Terra, que surgem através da comparação com esses análogos;, disse o investigador.
Apesar de os dois planetas estarem localizados em uma área considerada habitável, os pesquisadores reconhecem que uma série de detritos existentes em torno da estrela, como asteroides e cometas, poderiam bombardeá-los. Ainda assim, Mikko Tuomi, pesquisador da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e coautor do estudo, ressalta a importância dos achados. ;Estamos lentamente aprendendo a diferenciar as ondulações causadas pelos planetas e as provocadas pela superfície ativa estelar. Isso nos permitiu essencialmente verificar a existência dos dois planetas externos, que são potencialmente habitáveis.;
Os cientistas acreditam que o uso da tecnologia HARPS pode ajudará a decifrar mais segredos planetários. ;Percebemos que poderemos ver como a atividade da estrela difere em distintos comprimentos de onda, e será possível usar essa informação para separá-la de sinais emitidos por outros planetas;, adiantou Tuomi.
A volta do asteroide
Em outubro, um asteroide do tamanho de uma casa vai passar pela Terra a uma distância de cerca de 44.000 quilômetros, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA). Não há risco de a rocha espacial que tem comprimento entre 15 a 30 metros atingir o planeta. Ela, inclusive, já nos visitou. Batizado de TC4, o asteroide passou pela primeira vez por aqui em outubro de 2012, a aproximadamente o dobro da distância prevista para este ano. A volta era esperada, mas os cientistas não sabiam em quais condições. ;Está muito perto;, disse à agência France-Presse Rolf Densing, que dirige o Centro Europeu de Operações Espaciais em Darmstadt, na Alemanha.