"Descobrimos que o surto do vírus Zika no Brasil impactou desproporcionalmente as mulheres e as meninas e agravou antigos problemas de direitos humanos, incluindo o acesso inadequado à água e ao saneamento, as disparidades raciais e socioeconômicas no acesso à saúde e as restrições aos direitos sexuais e reprodutivos. Esses problemas existiam muito antes de o governo confirmar a transmissão local do vírus Zika. No entanto, o surto e a resposta nacional e internacional trouxeram atenção renovada a esses desafios de saúde pública e direitos humanos no Brasil", destaca o relatório.
A Human Rights Watch analisou a questão dos direitos humanos através da lente do surto de Zika. "Nossa pesquisa encontrou lacunas na resposta das autoridades brasileiras que têm impactos particularmente prejudiciais sobre mulheres e meninas e deixam a população em geral vulnerável a surtos contínuos de doenças graves causadas por mosquitos".
O vírus da zika, descoberto em 1947 em uma selva de Uganda com este nome, começou a se propagar em 2015 no nordeste brasileiro e rapidamente se converteu em uma epidemia explosiva que atingiu toda a América Latina.