Para tirar as dúvidas de mulheres sobre alguns dos exames mais praticados no Brasil, o Correio entrou em contato com especialistas e traçou um guia explicativo sobre esses procedimentos. Confira abaixo as explicações e vá mais bem informada ao médico na próxima vez que for necessário.
Papanicolau
O papanicolau deve estar no topo da lista de prioridades de todas as mulheres sexualmente ativas ou acima dos 21 anos. O teste ajuda no diagnóstico do câncer de colo do útero e infecções vaginais. O ginecologista coleta um material do colo do útero com a "colher de raspagem" para analisá-lo enquanto a paciente está em uma mesa ginecológica, em posição ginecológica, com as pernas abertas. Ela pode usar a roupa hospitar (uma espécie de camisola), ou pode apenas despir a parte de baixo, mas tem de estar coberta, com roupa ou lençol, para que não fique completamente exposta. Outro objeto utilizado é chamado de "bico de pato". Ele envolve o toque vaginal, manual e pode inclusive envolver um toque retal, principalmente em caso de suspeitas de câncer e endometriose.
Mamografia
A paciente fica posicionada no mamógrafo e precisa ter as duas mamas expostas para a realização do exame. Elas são apoiadas em uma superfície plana do aparelho, que faz uma compressão para obter os resultados. O procedimento deve ser feito por um técnico de enfermagem, e o laudo produzido por um médico. Ter uma enfermeira mulher acompanhando o processo é uma boa prática, mas não é obrigatório.
Ultrassonografia mamária
A ultrassonografia mamária é um exame que analisa o tecido mamário e colhe informações sobre lesões e nódulos na mama. Para passar pelo procedimento, a mulher deve deixar os seios expostos, ficar em posição dorsal, ou seja, deitada com a barriga para cima, e com os braços atrás da cabeça. O médico aplica o gel sobre a região a ser analisada e observa as imagens na tela. As mulheres com seios muito grandes precisam girar o corpo para facilitar a visualização da parte interna.
Colposcopia
É um exame similar ao papanicolau, contudo o médico olha a região com um microscópio para identificar a área suspeita e realizar a biópsia. A paciente deve estar em posição ginecológica, com as pernas abertas e sempre coberta até os joelhos, seja com a roupa hospitalar ou com um lençol. Apenas a parte genital que será analisada deve estar exposta (e só para o médico, não para terceiros).
Ecografia pélvica e transvaginal
A paciente está em posição ginecológica, coberta e o médico introduz um aparelho em sua vagina. Para a ressonância magnética da pelvis, é preciso introduzir um gel na paciente. Ela deve estar deitada e também coberta. Independentemente do procedimento, o médico deve expor apenas a parte que estiver examinando. Vale lembrar que o abdomen também faz parte do exame ginecológico.
Densitometria óssea
No dia do exame, não é indicado o uso de colares, joias, pulseiras e sutiãs com aros de ferro. Observados esses cuidados, o procedimento é realizado com a paciente usando a própria roupa. Não se deve ingerir suplementação de cálcio antes do teste, porque a pílula pode ser detectada e prejudicar o resultado. O tempo de exame é de cinco minutos para a coluna e o fêmur. Quando é avaliado o corpo inteiro, chega a 10 minutos. Dependendo da paciente, a densitometria óssea é realizada a cada um ou dois anos. Porém, pode ser feito em intervalos menores, dependendo do nível de perda óssea.
Radiografia de tórax
A radiografia de tórax pode ser feita com roupa, desde que livre de metais e botões muito densos, pois podem aparecer na imagem como "artefato", atrapalhando o diagnóstico. Por isso, é comum o profissional de radiologia solicitar que a paciente tire colares, brincos e sutiãs (por conta da armação de ferro no interior). Em caso de roupas com zíperes e/ou apliques metálicos, o profissional deve solicitar a retirada da peça, mas com substituição imediata por um avental de algodão, fornecido pelo serviço de radiologia, limpo, íntegro e sem transparências.
O posicionamento da radiografia de tórax padrão exige ser feito de pé, encostado em uma placa específica para realização do exame. Para posicionar a paciente no centro da placa, o profissional pode movimentar a cliente até que ela esteja centralizada, sempre havendo um cuidado ao tocar em partes especificas, como a região abaixo das axilas, onde pode haver o toque acidental dos seios. Todos esses detalhes são passados durante as aulas e estagio, principalmente por conta do código de ética profissional e pelo respeito ao pudor do paciente, muito empregado em profissionais da área da saúde.
Eletrocardiograma
O eletrocardiograma é um exame feito com eletrodos que são posicionados na região anterior do tórax, nas canelas e nos punhos. Os eletrodos são instalados de uma maneira bastante simples: basta garantir o contato entre a pele e o eletrodo. Para isso, o profissional remove a gordura da pele, porque gera ruído na transmissão do sinal elétrico. É usado, então, um algodão com álcoom na pele do paciente. Para os homens, em alguns casos, é preciso remover parte dos pelos no abdomen e peito.
No eletrocardiograma, não é obrigatório retirar o sutiã, apenas a blusa. Contudo, há técnicos que pedem para a paciente retirar também o sutiã, porque pode ocorrer várias interferências durante o procedimento e a peça pode prejudicar a fixação dos eletrodos no tórax nos pontos exatos. Nesse caso, a paciente fica coberta por um lençol ou roupa hospitalar e só descobre os seios para a colocação do gel e dos eletrodos. Ela volta a se cobrir depois disso, durante a realização do exame propriamente dito.
Ecocardiograma
Realizado para analisar as cavidades cardíacas e o fluxo sanguíneo do coração, o ecocardiograma pode ser realizado tanto de forma ambulatorial quanto durante a internação em um hospital ; o método escolhido varia de acordo com as práticas do médico e com a doença do paciente. Nesse exame, é necessário retirar todas as joias e outros objetos que possam de alguma maneira atrapalhar no processo. Óculos, aparelhos auditivos e dentaduras não precisam ser retirados.
Como o equipamento é posicionado sobre o tórax da paciente, costuma-se requisitar que ela retire o sutiã. A mulher pode, então, usar uma roupa hospitalar oferecida pelo estabelecimento. No exame, ela se deita em uma cama ou mesa, apoiada sobre o lado esquerdo do corpo. Para dar apoio à cabeça, um travesseiro é oferecido por alguns estabelecimentos. O exame dura, em média, de 20 a 30 minutos.
Teste cardiopulmonar
Realizado em uma esteira, o teste cardiopulmonar ou ergoespirométrico é a associação de um teste ergométrico convencional com a análise do ar espirado pelo paciente, que serve para especificar medidas diretas de parâmetros respiratórios, como consumo de oxigênio, produção de gás carbônico, frequência respiratória e ventilação pulmonar.
Segundo o Centro de Diagnósticos Brasil, não é necessário estar de jejum, mas recomenda-se que o paciente faça uma alimentação leve no dia. Não se deve ingerir café, chá ou bebida alcoólica e não fumar nas duas horas antecendentes à realização. Também não se deve suspender medicação de uso contínuo. Quanto às roupas, são pedidos blusa confortável, calça de moleton ou bermuda, tênis ou sapato com solado de borracha para a atividade física. Mulheres devem ir com um top ou sutiã reforçado.