;Encontrar vestígios dessa antiga crosta provou ser difícil, mas uma nova abordagem oferece a capacidade de detectar a presença da crosta verdadeiramente antiga;, declarou, em comunicado à imprensa, Richard Carlson, pesquisador do Instituto de Ciência de Carnegie, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, detalhado na edição desta semana da revista Science.
Acredita-se que, pelas atividades geológicas, pedaços da crosta foram levados para o interior da Terra. O trabalho divulgado agora indica que o interior do planeta pode ter se ;reciclado; para que outras pedras se desenvolvessem. As análises foram feitas em rochas de 2,7 bilhões de anos, que compõem grande parte da costa leste da Baía de Hudson, no Canadá. Como elas são deficientes em magnésio, quando foram formadas, foi preciso a reciclagem de rochas mais antigas, ricas na substância.
Vulcões
Outro indício da reciclagem foi constatado pela análise do isótopo chamado samário-146, que estava presente quando a Terra se formou, mas se extinguiu muito cedo. Os cientistas sabem da existência dele graças a estudos de rochas muito antigas, especialmente meteoritos e amostras colhidas em Marte e na Lua. Nas medições, os investigadores descobriram variações do samário-146 que apontam influências da crosta original na formação das pedras existentes hoje. As mesmas variações foram vistas em grandes vulcões, do Havaí e da Islândia, em análises anteriores.
Dada a idade das amostras, o tempo que elas levariam para se formar a partir de rochas ricas em magnésio reciclado e a proporção de isótopos de samário e neodímio nas amostras, a equipe chegou à conclusão de que crosta retrabalhada é mista. Para eles, os resultados e a técnica empregada poderão ser mais explorados e ajudar a responder outras perguntas sobre a formação do nosso planeta. ;Agora, podemos usar nossa ferramenta para rastrear o papel da crosta na construção de outras regiões mais jovens;, explicou Carlson.