O médico geriatra, diretor do Núcleo de Estudos Clínicos em Sarcopenia (NECS) e professor da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Toniolo Neto, explica que a diminuição da massa magra é natural do envelhecimento. No entanto, esta condição se dá em maior ou menor medida, dependendo da frequência dos hábitos saudáveis das pessoas. "Não existe uma fórmula mágica, é atividade física e escolher os alimentos certos. Tem que se mexer".
Expectativa de vida
Uma pesquisa recente realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) buscou identificar como os brasileiros enxergam o envelhecimento e as expectativas para essa fase da vida. Foram entrevistadas 836 pessoas, entre homens e mulheres, em faixa etária superior aos 35 anos. Entre as atividades preferidas dos participantes estão viajar (62%), ir ao cinema ou teatro (55%) e caminhar ou praticar esportes (52%), atividades que ficam sensivelmente limitadas com a perda de mobilidade.
;Mesmo que o idoso não tenha tido hábitos saudáveis desde os 20 anos, ele ainda consegue ganhar massa. É importante ter uma orientação profissional para que não haja lesão e que aconteçam treinos frequentes. Os resultados aparecem ainda mais rápido com uma prescrição alimentar, elaborada por um nutricionista;, explica Toniolo.
O estudo mostrou ainda que um percentual significativo de pessoas relaciona saúde à felicidade. Quando questionados sobre o que representa alcançar felicidade e bem-estar, ser saudável foi a resposta mais recorrente (40%), seguida de realização pessoal (15%) e fazer coisas ou frequentar lugares que gosta (13%).
Importância da dieta
Com o avanço da idade, cerca de um terço da massa muscular é perdida, quadro que pode ser agravado pelo sedentarismo e alimentação inadequada. A nutricionista e diretora do Núcleo de Estudos Clínicos em Sarcopenia (NECS) e professora da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Unifesp, Myrian Spinola Najas, comenta que, um dos fatores que aceleram a perda de massa é a baixa ingestão de carne.
;O idoso tende a consumir menos proteína animal, por causa da difícil digestão. Mas é preciso encontrar outras soluções para esse caso. A suplementação pode ser receitada como algo estratégico na dieta de uma pessoa mais idade;, esclarece. Para os vegetarianos, Najas faz um alerta: mesmo se houver uma alta ingestão de proteína vegetal, a produção e a manutenção da massa magra ainda ficará comprometida.
Fique atento
A percepção sobre a perda muscular geralmente é tardia: 79% dos entrevistados não notaram diminuição de massa muscular nas coxas e nos braços nos últimos cinco anos. Os sintomas são comumente associados à falta de vitaminas, energia, ;cansaço típico da idade;, mas nunca relacionados à condição. A flacidez e as limitações de mobilidade, sinais bastante característicos da perda muscular, também não são comumente relacionados ao problema.