Cientistas do Instituto Salk, nos EUA, desvendaram a estrutura atômica de uma peça-chave no maquinário que permite ao vírus HIV se integrar ao DNA humano e começar a se replicar. Há décadas, os pesquisadores tentavam solucionar esse problema. A descrição desse complexo, chamado intassomo, foi feita na revista Science e pode ajudar no desenvolvimento de novas drogas.
;Estamos particularmente animados com a possibilidade de compreender e combater os mecanismos da resistência viral;, diz Dmitry Lyumkis, autor sênior do estudo. ;O HIV é um vírus muito esperto e aprendeu a enganar mesmo algumas das melhores drogas do mercado. Entender os mecanismos do escape viral e desenvolver tratamentos mais amplamente aplicáveis será a principal direção (da pesquisa de medicamentos) do futuro.;
Uma classe de remédios chamada inibidores da transferência da cadeia pela integrase (INSTIs), que foca no intassomo, recebeu aprovação das agências dos EUA e da Europa. Embora sejam considerados uns dos melhores medicamentos disponíveis, os cientistas, até agora, tinham compreensão limitada do mecanismo preciso de ação dessas drogas e de como o vírus constrói sua resistência. Isso porque o intassomo do HIV é notoriamente difícil de estudar no nível atômico. ;Agora, temos o primeiro diagrama desse mecanismo, que nos permitirá estudar os INSTIs;, diz Lyumkis.
Como é um retrovírus, o HIV insere uma cópia de DNA do genoma de seu RNA no DNA do hospedeiro, usando o intassomo, que corta e cola o material genético viral utilizando integrases. Essas enzimas são estudadas por cientistas desde 1994 e com avanços, por meio da análise do PFV, um retrovírus similar ao HIV. Mas a estrutura completa do intassomo do vírus da Aids continuou um problema difícil de ser solucionado por meio das técnicas convencionais.
No novo trabalho, Lyumkis usou a tecnologia crio-microscopia eletrônica, que tem permitido aumentar moléculas complexas e dinâmicas. Na análise, a equipe percebeu diferenças quando comparou enzimas do HIV às do PFV. ;Embora essas variações sejam pequenas, elas podem ser de grande importância para o desenvolvimento de drogas e a compreensão de mecanismos de resistência;, diz Dario Passos, primeiro autor do artigo.
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