A poluição atmosférica, que afeta a saúde de 85% dos moradores de cidades na Europa, provoca cerca de 500.000 mortes prematuras no continente a cada ano, anunciou nesta quarta-feira (23/11) a Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA).
Em seu relatório anual, a AEMA, com sede em Copenhague, afirmou que a situação está melhorando, mas ainda muito lentamente.
"As reduções de emissões permitiram melhorar a qualidade do ar na Europa, mas não o suficiente para evitar danos inaceitáveis à saúde humana e ao meio ambiente", afirmou em um comunicado o diretor-executivo da agência, Hans Bruyninckx.
A poluição atmosférica continua sendo a primeira causa ambiental de mortes prematuras, que chegaram a 467.000 em 2013 em 41 países europeus. Na União Europeia, calcula-se que o número de óbitos é de 430.000.
Os dados coletados pelas estações de monitoramento revelaram que em 2014 cerca de 85% da população urbana estava exposta a níveis de partículas finas (microscópicas, geradas principalmente pela combustão de carburantes fósseis) consideradas nocivas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o relatório, 16% dos europeus urbanos estão expostos a níveis acima da meta da UE de partículas de 10 micrômetros, que podem se alojar nas vias respiratórias, e 8% a níveis igualmente acima do limite de partículas de 2,5 micrômetros, ainda mais perigosas porque podem penetrar nos pulmões e eventualmente passar para a corrente sanguínea.
O nível global de emissão de poluentes na atmosfera diminuiu, mas alguns setores não cumprem os objetivos que permitiriam às cidades respeitar as normas de qualidade do ar, e outros setores vêm até aumentando sua poluição.
As emissões de óxido de nitrogênio (gás associado a doenças respiratórias ou cardiovasculares) dos caminhões de transporte não diminuíram o suficiente, segundo a AEMA.
Já as emissões de partículas finas de menos de 2,5 micrômetros e de benzopireno a partir da combustão de carvão e de biomassa pelas residências, assim como por edifícios comerciais ou institucionais, mantém seu nível, acrescenta a agência.
"Quando muitos pontos negros de qualidade do ar são encontrados nas cidades, fica claro que as autoridades locais e regionais têm um papel central para encontrar soluções", afirmou o comissário europeu de Meio Ambiente, Karmenu Vella.
Um pouco mais otimista, a AEMA apontou uma redução dos níveis de partículas de menos de 10 micrômetros registrados em três quartos das estações de monitoramento entre 2000 e 2014, assim como uma queda das partículas inferiores a 2,5 micrômetros em todos os centros entre 2006 e 2014.
Por France-Presse