Até 40% dos cânceres diagnosticados nos Estados Unidos podem estar relacionados com o uso do tabaco, segundo um estudo federal publicado na quinta-feira (10/11).
O fumo está em descenso entre os adultos dos Estados Unidos há décadas, mas continua sendo a principal causa evitável de câncer, de acordo com o relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
De 2009 a 2013, cerca de 660.000 pessoas por ano foram diagnosticas com câncer nos Estados Unidos, segundo o estudo. E durante este período, 343.000 mortes por ano foram resultado de um tumor maligno vinculado ao tabagismo.
"Há mais de 36 milhões de fumantes atualmente nos Estados Unidos", detalha o diretor dos CDC, Tom Frieden.
"Infelizmente, cerca da metade pode morrer prematuramente por doenças relacionadas ao tabaco, e cerca de seis milhões devido a um câncer se os programas federais para ajudar a parar de fumar não forem implementados", alertou.
Além do câncer de pulmão, o tabaco pode causar tumores na boca, garganta, esôfago, estômago, rins, pâncreas, fígado, baço, colo do útero, reto e leucemia mieloide crônica.
Os CDC ressaltam os avanços conquistados nos últimos 25 anos contra o tabagismo: 1,3 milhão de mortes provocadas por cânceres relacionados ao fumo foram evitadas durante este período, graças a campanhas de conscientização.
De acordo com outro estudo, da National Health Interview Survey, também publicado na quinta-feira pelos CDC, a taxa de fumantes entre os adultos americanos passou de 20,9% (45,1 milhões) em 2005 para 15,1% (36,5 milhões) em 2015.
Só no período 2014-2015, a diminuição do número de fumantes foi de 1,7%, atingindo a taxa mais baixa no país desde que os CDC começaram a publicar estas estatísticas, em 1965.
"Quando os estados investem em programas integrais de prevenção do câncer, incluindo a luta contra o tabagismo, podemos constatar o impacto benéfico em toda a população e a redução da mortalidade dos cânceres relacionadas com o cigarro", disse Lisa Richardson, diretora da divisão de prevenção do câncer nos CDC.
A frequência do tabagismo e as taxas de mortalidade são mais altas entre os afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, assim como nas populações dos condados onde a proporção de pessoas com ensino superior é mais baixa e onde os níveis de pobreza são os mais altos.
A incidência de cânceres relacionados com o tabagismo continua sendo maior entre os homens (250 por 100.000) que entre as mulheres (148 por 100.000), segundo os CDC.
Por France-Presse