Na primeira conferência das Nações Unidas sobre o Clima pós-COP21, quando o mundo chegou a um acordo histórico, representantes de 192 países estão em Marrakesh, no Marrocos, para colocar em prática os pontos do ambicioso texto que visa frear o aquecimento do planeta. Até 18 de novembro, negociadores de nações ricas e em desenvolvimento vão arregaçar as mangas para discutir os caminhos que permitirão concretizar o Acordo de Paris, já ratificado por 100 países, inclusive o Brasil. Na primeira semana da COP22, todos os olhos estão voltados aos Estados Unidos, que fazem hoje sua eleição presidencial. O republicano Donald Trump já avisou que, se eleito, vai se opor ao documento.
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O Brasil, que, no ano passado, na capital francesa, levou as propostas consideradas mais ambiciosas, chega ao Marrocos com propostas sobre o financiamento de medidas que levem a uma economia de baixo carbono, o estabelecimento de um marco sobre a transferência de tecnologia e mecanismos de transparência que permitam acompanhar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromissos que todos os signatários assumiram em Paris e que, ao longo do tempo, têm de se tornar mais ambiciosos.
Essas e outras propostas serão levantadas pelo time de negociadores brasileiros, liderado pelo embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho. Uma, em particular, promete levantar polêmica: o estabelecimento de mecanismos que tornem transparente o mercado de carbono, definindo o que pode ser colocado à venda pelos governos. O objetivo é evitar os créditos ;podres;, ou seja, que os países lancem no mercado créditos referentes a cortes de emissões que, de fato, não estão acontecendo.
Se, por um lado, isso pode criar embate com os maiores emissores, as organizações não governamentais (Ongs) também não parecem satisfeitas com um dos pontos da proposta, que excluiu das negociações os créditos Redd%2b (mecanismo pelo qual os países em desenvolvimento são estimulados a combater o desmatamento, recebendo, em troca, recursos financeiros das nações que precisam reduzir emissões). O governo brasileiro, ao contrário das Ongs, discorda que esse mecanismo de incentivo à proteção das florestas possa ser usado pelos países em desenvolvimento no mercado internacional.
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