Nasceu no México o primeiro bebê que carrega material genético de três pessoas. A criança é fruto de um trabalho desenvolvido por pesquisadores norte-americanos, cujo objetivo é fazer com que pais e mães com mutações genéticas possam gerar filhos saudáveis. O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica "New Scientist".
Os pais da criança são jordanianos. De acordo com a publicação, a mãe é saudável, mas tem os genes da síndrome de Liegh - uma doença que afeta o sistema nervoso, podendo levar à morte. Ela já havia tido dois filhos que nasceram com a síndrome e não resistiram.
Por isso, ao lado do marido, a mulher decidiu procurar um centro de fertilidade em Nova York. Como o procedimento não é legal nos Estados Unidos, os cientistas foram realizá-lo no México, onde não há leis específicas sobre o assunto.
Durante o experimento, os pesquisadores pegaram dois óvulos: o da mãe e o de uma doadora. Então, eles retiraram o núcleo do primeiro e inseriram no segundo - que já estava sem núcleo. Na sequência, fertilizaram esse óvulo com o esperma do pai. Assim, a maior parte do código genético da criança foi herdada dos pais. Mas havia uma pequena parcela do DNA da doadora, suficiente para o bebê nascer sem a síndrome.
Ao todo, foram fertilizados cinco embriões. Porém, apenas um se desenvolveu. Ele foi implantado na jordaniana e deu origem ao menino, que nasceu no dia 6 de abril. Até o momento, esse tipo de fertilização só foi aprovado no Reino Unido. Os cientistas acreditam, no entanto, que o debate sobre a regulamentação em outras partes do mundo deve ser acelerado após o sucesso do experimento norte-americano.