O Brasil não seria a potência agrícola na qual se transformou se não fosse a ciência. As principais culturas plantadas no país não são naturais desta terra. Soja, arroz, laranja, café, trigo, todos esses produtos e vários outros foram adaptados ao clima e ao solo nacionais a partir de pesquisas de melhoramento genético com plantas trazidas dos mais variados países. Essa importação de material vegetal, contudo, embora seja fundamental, traz um risco: é possível que elas carreguem pragas capazes de destruir lavouras inteiras. Por isso, desde os anos 1970, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conta com um programa de quarentena que avalia as amostras trazidas para pesquisa antes de liberá-las para o plantio experimental.
Um estudo publicado na revista especializada Pesquisa Agropecuária Brasileira revela a importância desse trabalho preventivo. Desde 1977, quando foi criada, a primeira estação quarentenária do país, localizada em Brasília, interceptou 79 espécies de pragas agrícolas. São insetos, ácaros, nematoides, fungos, vírus e bactérias que, caso tivessem ganhado as terras brasileiras, poderiam ter causado prejuízos da ordem de bilhões de reais.
Não é exagero. Para se ter uma ideia, no começo dos anos 2000, a ocorrência da lagarta Helicoverpa armigera em plantações de soja, milho e algodão provocou perdas estimadas em R$ 1,7 bilhão. ;Esses dados demonstram que esse trabalho é absolutamente indispensável;, avalia Abi Marques, gerente-geral da Embrapa Quarentena Vegetal e uma das autoras do levantamento.
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