Houve, no entanto, um período de expansão mais acelerada a partir dos anos 2000, com uma diminuição desse ritmo nos últimos três anos. Para Laplane, no entanto, esse é um movimento natural de um sistema em formação e amadurecimento. ;Estamos falando de um sistema que tem escala gigantesca, porque um país do tamanho do Brasil pede um. Ele começou muito concentrado na região Sudeste e alguma presença no Sul. Depois de um crescimento mais acelerado, expandiu-se para outros estados e, agora, vem se acomodando, porque chegamos a uma escala razoável.;
[SAIBAMAIS]A fala do presidente toca outro ponto de destaque do estudo, que é a desconcentração da pós-graduação brasileira. Enquanto em 1996, São Paulo e Rio de Janeiro foram responsáveis por 58,8% dos títulos de mestrado e 83,4% dos de doutorado, em 2014, esses estados responderam, em conjunto, por 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores formados no país. Para Sofia Daher, coordenadora da pesquisa ao lado de Eduardo Viotti, esse dado está relacionado com a abertura de novas instituições. ;Isso decorre da criação de universidades e campi que alcançam áreas que antes eram menos atendidas pelo sistema de pós-graduação;, diz a assessora técnica do CGEE.
Para Laplane, o esperado agora é que a pós-graduação continue crescendo, mas de forma mais ajustada às diferentes realidades regionais. ;Talvez, nos próximos 10 anos, o sistema passe por uma etapa de relativa maturidade, com uma expansão mais seletiva. Provavelmente, continuaremos a crescer muito mais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e menos no Sul e no Sudeste. E talvez não vejamos um crescimento em todas as áreas de conhecimento, mas especialmente naquelas mais estratégicas para as necessidades da população.;