Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Vinte anos depois da Dolly, clones humanos ainda são ficção científica

Passadas duas décadas, muitas das expectativas geradas com a criação da ovelha clonada - como a criação de órgãos para transplantes - não se realizaram. A façanha, contudo, impulsionou estudos com células-tronco e inspira projetos para evitar a extinção de espécies



Ao relembrar seu trabalho para o site da revista especializada Nature, o cientista ressaltou o tamanho do feito: ;Há algo entendido de maneira errada até hoje. Dolly costuma ser descrita como o primeiro mamífero clonado de uma célula adulta. Na verdade, ela é o primeiro clone de um adulto, ponto final. Ela é frequentemente desvalorizada;, desabafou.

Desde 1996, grupos de pesquisa de vários países repetiram o feito, gerando outros animais clonados a partir da mesma técnica ou de procedimentos parecidos. O Brasil faz parte desse time desde 2001, quando a equipe de Rodolfo Rumpf, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), produziu Vitória, uma bezerra nascida na Fazenda Experimental Sucupira, em Brasília. O domínio da técnica fez com que o órgão brasileiro criasse programas de melhoramento genético de rebanhos e inspirou uma inciativa cujo objetivo é evitar a extinção de espécies como o lobo-guará e o cachorro-do-mato.

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