<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/06/02/534544/20160602010754958788u.jpg" alt="Hoje, aponta-se a existência desse fenômeno como crucial para o aparecimento de organismos" /> </p><p class="texto"> </p><p class="texto">Quanto mais se sabe sobre a história da Terra, mais evidente fica que uma combinação impressionante de acontecimentos foi necessária para que ela se tornasse um corpo fértil e repleto de vida. Novos estudos dão cada vez mais força à ideia de que um desses pontos é o campo magnético, espécie de escudo invisível, semelhante ao gerado por um ímã, que envolve todo o planeta. Hoje, aponta-se a existência desse fenômeno como crucial para o aparecimento de organismos ; ao lado da distância da Terra em relação ao Sol e do aparecimento de água líquida ;, uma vez que ele é capaz de repelir a radiação cósmica letal que bombardeia nossa casa incessantemente.<br /><br />Dada a importância do campo, não é de se estranhar que cientistas ao redor do mundo busquem compreender melhor seu funcionamento e sua história. Duas pesquisas publicadas ontem na revista Nature integram esse esforço e apresentam resultados que reforçam a relação entre o surgimento do campo e a existência de vida no Planeta Azul, embora apresentem divergências sobre quando esse escudo teria se formado.<br /><br />Primeiro, contudo, é preciso entender como o campo magnético se constituiu. A Terra surgiu da união de elementos rochosos que circundavam o Sol quando a estrela era ainda muito jovem. Nesse processo, os elementos mais pesados, especialmente o ferro, afundaram para o centro da esfera, dando origem às diferentes camadas que hoje compõem o planeta: núcleo, manto e crosta (veja infografia).<br /><br />O núcleo, no entanto, tem duas partes distintas: uma interna, constituída basicamente de ferro sólido, e outra líquida, que reúne principalmente ferro e níquel fundidos. Esse caldo metálico superaquecido está em constante movimentação, devido tanto ao movimento de rotação terrestre quanto ao fato de as camadas superiores e inferiores alternarem continuamente sua posição, à medida que esfriam e se aquecem. É essa agitação metálica, chamada de geodínamo, que gera o campo magnético.<br /><br /><strong>Simulação</strong><br /><br />Nos dois artigos publicados ontem, os pesquisadores buscaram calcular como o calor se propaga no ferro que forma o centro da Terra. Essa condução térmica, explicam os cientistas, é bem diferente no núcleo do que na superfície, uma vez que, sob o manto, as condições de temperatura e pressão são extremas. Para medir isso, as duas equipes utilizaram um instrumento chamado célula de bigorna de diamante, que permite exercer pressões gigantescas sobre pequenas amostras de qualquer material.<br /><br />Autor principal de um dos trabalhos e pesquisador do Carnegie Institution for Science, nos Estados Unidos, Alexander Goncharov esclarece a escolha metodológica. ;Sentíamos uma necessidade premente de medições diretas da condutividade térmica de materiais sob condições semelhantes às do núcleo. Mas, evidentemente, é impossível para nós chegarmos sequer perto do centro da Terra e colher amostras;, afirma o cientista em um comunicado à imprensa.<br /><br />Com a célula de bigorna de diamante, Goncharov e colaboradores conseguiram simular a pressão exercida sobre o ferro que está no interior de planetas com tamanhos semelhantes aos de Mercúrio e da Terra. Já para imitar o calor do núcleo, eles usaram pulsos de laser para aquecer as amostras metálicas. Depois de várias medições, eles puderam estimar a quantidade de energia necessária para sustentar o geodínamo e concluíram que a Terra tinha condições de manter o campo magnético quando ainda era bem jovem, há aproximadamente 3 bilhões de anos (o planeta tem hoje cerca de 4,5 bilhões de anos). Muitas análises apontam que foi justamente nessa época que os primeiros organismos vivos apareceram no planeta.<br /><strong><br />Discrepância</strong><br /><br />A complexidade do tema, contudo, fica evidente quando se vê que o outro estudo encontrou um número bem diferente. Usando outro método ; de medição da resistência elétrica ; o grupo encabeçado por Kenji Ohta, do Instituto de Tecnologia de Tóquio, no Japão, mediu uma condução térmica que aponta para o surgimento do campo magnético há 700 milhões de anos. Mesmo assim, mantém-se a relação com o surgimento da vida, pois estima-se que foi nesse período que organismos complexos (pluricelulares) começaram a aparecer na Terra.<br /><br />Em uma análise sobre os dois artigos feita a pedido da revista Nature, David Dobson, do Departamento de Ciências da Terra da University College London, no Reino Unido, afirma que os resultados discrepantes mostram que a história do campo magnético ainda não foi totalmente esclarecido, permanecendo, de certa forma, um enigma. A diferença de resultados pode indicar algum problema na condução dos experimentos, aponta, mas o especialista ressalta que o trabalho é mesmo muito difícil. ;Esses dois estudos são façanhas experimentais, que mediram propriedades físicas complexas de amostras menores que uma cabeça de alfinete sob pressões maiores que 1 milhão de atmosferas e temperaturas acima de 4.000K (3,7 mil graus Celsius);, escreve.<br /><br />Goncharov, do Carnegie Institution for Science, lembra ainda que o trabalho está longe de terminar. ;Para entender melhor a condutividade de calor no núcleo terrestre também precisamos avaliar como ela se dá nos materiais não ferrosos que foram arrastados para o centro do planeta quando o ferro afundou;, antecipa o autor.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível<a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/saude/2016/06/01/interna_saude,208143/enxaqueca-aumenta-risco-de-infarto-em-mulheres.shtml"> </a><a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vaW1wcmVzc28uY29ycmVpb3dlYi5jb20uYnIvYXBwL25vdGljaWEvY2FkZXJub3MvY2llbmNpYS8yMDE2LzA2LzAyL2ludGVybmFfY2llbmNpYSwyMDgyMjEvdW0tZXNjdWRvLXBhcmEtYS12aWRhLnNodG1sIiwibGluayI6Imh0dHA6Ly9pbXByZXNzby5jb3JyZWlvd2ViLmNvbS5ici9hcHAvbm90aWNpYS9jYWRlcm5vcy9jaWVuY2lhLzIwMTYvMDYvMDIvaW50ZXJuYV9jaWVuY2lhLDIwODIyMS91bS1lc2N1ZG8tcGFyYS1hLXZpZGEuc2h0bWwiLCJwYWdpbmEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIiwibW9kdWxvIjp7InNjaGVtYSI6IiIsImlkX3BrIjoiIiwiaWNvbiI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIiLCJpZF90cmVlYXBwIjoiIiwidGl0dWxvIjoiIiwiaWRfc2l0ZV9vcmlnZW0iOiIiLCJpZF90cmVlX29yaWdlbSI6IiJ9LCJyc3MiOnsic2NoZW1hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiJ9LCJvcGNvZXMiOnsiYWJyaXIiOiJfc2VsZiIsImxhcmd1cmEiOiIiLCJhbHR1cmEiOiIiLCJjZW50ZXIiOiIiLCJzY3JvbGwiOiIiLCJvcmlnZW0iOiIifX0=">aqui</a>, para assinantes. 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