Ciência e Saúde

Estudos mostram benefícios conquistados pela prática da meditação multiúso

Amenização dos sintomas depressivos, redução da dor crônica e prevenção do Alzheimer fazem parte das constatações feitas por cientistas

Valéria Mendes
postado em 26/04/2016 06:05

Amenização dos sintomas depressivos, redução da dor crônica e prevenção do Alzheimer fazem parte das constatações feitas por cientistas

Belo Horizonte ;
Se, para algumas pessoas, a meditação está culturalmente associada à espiritualidade, para a medicina, a técnica vem sendo estudada e usada na promoção da saúde e como abordagem terapêutica contra inúmeras doenças há mais de 30 anos. Isso porque a meditação é um exercício cerebral consciente que causa alterações no cérebro, conforme mostram imagens de ressonância magnética.

;Muito se tem estudado sobre a neurofisiologia da meditação. Quando uma pessoa medita, ocorrem, além do aumento da área cerebral, o crescimento do número de neurônios e o aumento das redes de comunicações cerebrais. Exames de imagens mostram que áreas relacionadas à felicidade ficam ativas. Por outro lado, ela diminui a atividade neurológica de regiões ligadas às indagações, ao mal-estar e às tensões, o sistema límbico;, relata o coordenador do Programa de Meditação Aplicada à Saúde e ao Bem-estar da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Rubens de Aguiar Maciel.

[SAIBAMAIS]Segundo o especialista, a prática ainda aumenta a imunidade e altera a liberação de hormônios como o cortisol, associado ao estresse. ;Quando se começa a meditar, um dos primeiros benefícios é ficar menos reativo emocionalmente;, diz. Para além do estresse, evidências científicas mostram que a meditação é benéfica como abordagem terapêutica para vários transtornos psicossomáticos, como ansiedade, depressão e problemas respiratórios e gástricos de fundo emocional. A técnica também tem se mostrado eficaz para tratar dor crônica, hiperatividade e Alzheimer.

Maciel desenvolve um trabalho de pós-doutorado na Faculdade de Medicina da USP que mostra os efeitos da meditação sobre a hipertensão arterial. Segundo ele, a pesquisa tem acompanhado pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e contempla 12 testes, sendo que um deles consiste em medir a eficácia de um programa de oito semanas em que parte dos pacientes aprende a meditar e outra parte ; o grupo controle ; não. ;No grupo da meditação, os resultados são muito mais positivos com relação ao controle da pressão arterial. De fato, ela diminui (a pressão), mas é importante dizer que, para isso, é preciso manter a prática da meditação. É um trabalho do dia a dia para o resto da vida;, diz.

Doutora em epidemiologia pela Freie Universitaet Berlin, na Alemanha, e treinadora-líder do Kundalini Research Institute dos Estados Unidos, a médica Gurusangat Khalsa diz que a meditação está presente em protocolos clínicos de várias áreas médicas. ;Hoje, ela é chave no tratamento de doenças degenerativas cerebrais. No Brasil, há universidades e hospitais de referência que já incorporam a prática da meditação em alguns protocolos, como a Faculdade de Medicina da USP e o Hospital IsraelitaAlbert Einstein. Na Europa, meditar e fazer ioga são vistos como bases fundamentais da saúde. Nos Estados Unidos, as técnicas são usadas para tratar doenças mentais e prevenir o Alzheimer;, ilustra.

A matéria completa está disponívelaqui, para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação