Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo explica por que é mais difícil descansar em ambientes desconhecidos

Segundo estudo feito nos EUA, em ocasiões assim, um mecanismo evolutivo de defesa mantém o hemisfério esquerdo do cérebro em alerta durante a noite



Uma semana depois, os mesmos participantes voltaram ao laboratório. Todos os testes foram repetidos. Agora, porém, não houve alteração no comportamento dos hemisférios cerebrais. O sono dos voluntários foi normal, sem sinais de que uma ou outra parte do órgão estivesse em hipervigilância. ;Para nós, é uma indicação de que o efeito da primeira noite, em humanos, está associado aos riscos que poderíamos correr em um ambiente diferente do nosso. Quando já familiarizados com o lugar, nosso cérebro entende que está tudo bem e que podemos confiar;, diz a especialista. Segundo Sasaki, para uma boa noite de sono quando fora de casa, uma estratégia pode ser levar algum item familiar, como o travesseiro, para a cama.

Melhores exames
Kimberly N. Hutchison, pesquisador de distúrbios do sono do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, que não participou do estudo, afirma que o trabalho publicado na Plos One terá grande utilidade para as clínicas de polissonografia. Esse exame é bastante comum e recomendado para pessoas que sofrem de problemas como apneia, síndrome de pernas irriquietas e insônia, entre outros. O paciente dorme na clínica para que o médico possa examinar seu comportamento durante o sono, por meio de exames como o eletroencefalograma.

;Muitas clínicas agora estão investindo em ambientes semelhantes aos de quartos de hotel, por acreditar que o padrão de sono do paciente será mais fiel ao que ocorre em sua casa quando ele é colocado para dormir em um quarto de verdade, e não em um recinto hospitalar. Mas o estudo mostra que aumentar o conforto e o nível de familiaridade não muda nada a arquitetura do sono. Teremos de pensar em outras alternativas;, acredita.