Quando os sintomas do mal de Alzheimer começam a se manifestar, a memória episódica ; aquela que armazena experiências pessoais ; é uma das primeiras a serem afetadas. O paciente passa a se esquecer de acontecimentos autobiográficos em um dos mais devastadores sintomas da doença. É como se a história daquela pessoa fosse se apagando progressivamente. Agora, pesquisadores do Instituto Riken, no Japão, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, conseguiram recuperar esse tipo de memória em ratos. De acordo com eles, o experimento, descrito na revista Nature, ajuda a esclarecer o mecanismo associado à deterioração das recordações característico da doença.
O declínio da memória episódica, geralmente, antecede o acúmulo das proteínas amiloide e tau no cérebro, por isso, é considerado um sinal precoce do mal neurodegenerativo. Até hoje, não se sabe se o problema, nessa fase, seria uma falha na formação de memórias ou resultaria da incapacidade de acessá-las. O experimento nipo-americano sugere que, no Alzheimer, o cérebro preserva a habilidade de estocar informações, mas tem dificuldades de buscá-las. De acordo com os autores, nesse processo, a comunicação entre as células implicadas com a memória tem um papel crucial.
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Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, o pesquisador Susumu Tonegawa, do MIT, e do Riken, contou, em nota, que, recentemente, sua equipe identificou células do hipocampo que armazenam memórias específicas. Eles também mostraram que é possível manipular os engramas (traços da memória que ficam impressos nas células) para plantar falsas recordações, ativar existentes ou alterar associações emocionais. No ano passado, os cientistas descobriram que ratos com amnésia retrógrada, uma condição que costuma suceder traumas ou episódios estressantes, caracteriza-se, no cérebro, por danos no processo de buscar memórias. Contudo, a formação e o armazenamento delas continua intacto.
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