Mesmo assim, Mary e sua equipe realizaram uma série de testes diferentes nas amostras do fóssil, incluindo a procura de sulfato de queratano com o uso de anticorpos monocloanais. Os resultados foram comparados aos dos mesmos testes realizados em tecidos que eram comprovadamente ossos medulares, extraídos de avestruzes e galinhas. Os estudos confirmaram então que o tecido encontrado no tiranossauro era mesmo osso medular.
"Essa análise nos permite determinar o gênero desse fóssil e nos abre uma porta para a evolução da postura de ovos nas aves modernas", disse Mary. Ela acrescenta, no entanto, que, pela natureza efêmera do osso medular, será difícil encontrar mais desse tecido em outros fósseis.
O fêmur do Tiranossauro Rex já estava quebrado quando Mary o encontrou. A pesquisadora afirma que a maior parte dos paleontólogos não iria querer cortar ou desmineralizar seus fósseis para procurar um raro e improvável osso medular. No entanto, outra das autoras do artigo, Lindsay Zanno, também da Universidade da Carolina do Norte, mostrou que tomografias computadorizadas dos fósseis podem ajudar a focar a busca.
"Não sabemos praticamente nada sobre os traços ligados ao sexo em dinossauros extintos. Os dinossauros não eram tímidos em relação à sinalização sexual, com todos aqueles chifres, cristas e babados. Ainda assim, até agora não tínhamos um parâmetro confiável para diferenciar machos e fêmeas", disse Lindsay.
"O simples fatos de podermos identificar um dinossauro definitivamente como fêmea abre todo um novo mundo de possibilidades. Agora que podemos demonstrar que as fêmeas grávidas de dinossauros têm uma assinatura química, precisamos de um esforço científico para encontrar mais delas."